Tinta Negra da Henriques & Henriques entre os 10 melhores em Portugal
Vinho Madeira com 50 anos é "doce, bem equilibrado, elegante e de grande qualidade"
O Henriques & Henriques Tinta Negra 50 Anos entrou para o restrito lote dos melhores 10 vinhos portugueses e conquistou, inclusivamente, o primeiro lugar na categoria dos fortificados do País após avaliação de um júri internacional na 18.ª edição de um concurso organizado pela Essência do Vinho, no Porto.
Depois de ser dado a provar no Palácio da Bolsa, a Revista de Vinhos destaca neste "segundo e novo lote trabalhado por Humberto Jardim a cumplicidade dos Henriques com a casta mais plantada na Madeira" e sublinha que, "após os ataques de oídio e da praga da filoxera, na segunda metade do séc. XIX, replantaram com aquela variedade a maioria da área de vinha que detinham".
A Tinta Negra salvou, aliás, os viticultores madeirenses pelo elevado rendimento que consegue apresentar (podendo atingir 15 toneladas/hectare). Revista de Vinhos
Como nota de prova, conforme se pode entender pela descrição patente na plataforma digital da Henriques & Henriques, este Tinta Negra com 50 anos é "doce, bem equilibrado, elegante e de grande qualidade".
"Na boca apresenta boa concentração a frutos cristalizados, passas monukka pretas, caramelo e melaço com boa acidez. Bem representativo das características desta casta", acrescenta a casa madeirense.
As provas contaram com 46 jurados de países como Portugal, Brasil, Espanha, Itália, Reino Unido, Suíça, Dinamarca, Suécia, Bélgica, México e África do Sul.
Os jurados avaliaram um total de 50 amostras que resultaram de uma pré-selecção da Revista de Vinhos, tendo por base as pontuações mais altas e os exemplares mais entusiasmantes avaliados em 2023.
Blandy's também se deu a provar
A Madeira continua a dar cartas no que toca aos vinhos fortificados. Exemplo disso é que este Tinta Negra 50 Anos sucede ao Blandy's Bual 1972, que conquistou a distinção neste mesmo concurso, em Fevereiro de 2023.
Ainda assim, o enólogo Francisco Albuquerque foi até ao Norte, em nome da Madeira Wine Company, apresentar o evento '3 Marcas, 6 Castas, 100 Anos de Frasqueira' - num lote de luxo da casa Blandy's.
Em prova estiveram o Blandy's Bual 1920, Blandy's Terrantez 1976, Blandy's Verdelho 1982, Blandy's Sercial 1990, Cossart's Malmsey 1995 e o Miles Tinta Negra Rich 1999.
Noite de vencedores
De acordo com a Essência do Vinho, o tinto que obteve a pontuação mais elevada foi o 'Memórias Alves de Sousa' com um lote de diferentes colheitas da década de 2010 (2011, 2012, 2013, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019), que tem por base as vinhas da Gaivosa, Abandonado, Lordelo, Vale da Raposa, Caldas e Oliveirinha, com médias de idades que, nalguns casos, ultrapassam os cem anos.
Quanto ao branco com as melhores pontuações, a distinção foi para o 'Coche 2021', da Niepoort, que "alia maioritariamente as castas Rabigato, Códega do Larinho e Arinto, por entre outras variedades plantadas em vinhas com mais de 80 anos, em altitudes que oscilam entre os 600 e os 750 metros".
Já o rosé melhor pontuado foi o 'H.O. Matrona 2022', da Menin Wine Company, também do Douro, com "um lote de castas como Malvasia Preta, Baga, Touriga Franca, Tinta Amarela, Mourisco e ainda 5% de castas brancas antigas da região (Malvasia Rei, Tamarez, entre outras)".