Debate com embate eleitoral
A fulanização da política aí está: as eleições não são para eleger o primeiro-ministro, servirá para escolher 230 deputados à Assembleia da República. Em frente ao espaço do debate eleitoral houve uma manifestação, de cerco/‘sequestro’ de polícias, não autorizada. No inicio do debate, Luís Montenegro, em período pré-eleitoral, não foi capaz de censurar a acção, para não ficar malvisto.
Se fosse o PSD a governar como no tempo de Cavaco, carregavam sobre os polícias com violentos jactos de água e estes teriam sido evacuados à força, como nos degradantes «secos e molhados», de péssima memória.
No debate/embate, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, interromperam-se vezes sem conta, falando um sobre o outro, desrespeitando os moderadores e aos próprios, e nervosamente foram truculentos. Os moderadores quase não moderaram...
Montenegro revelou uma faceta eleitoralista: é mãos largas, resolvendo tudo, dando tudo, com fé no que promete, transveste-se de «pai natal». As crianças não votam(!). Pedro Nuno Santos, é diferente. Não chama ao SNS de sistema, sabendo nós que sistema quer dizer: Sangrar ainda mais o orçamento do SNS para a mercantilização da saúde. No privado, quem tem dinheiro paga a saúde. No SNS responde-se aos doentes, não aos acionistas... Pedro Nuno Santos, não é alternativa mas, sim alternância.
Os comentadores têm mais tempo de antena do que os candidatos políticos... Da Europa e de duas atrozes guerras mortíferas nem palavra. Nem pasme-se!, de Cultura. Nesta campanha de debates nunca de tal se ouviu falar. Que as TVs privadas não abordem esta fulcral valência, percebemos... Nem a RTP3, paga com o nosso dinheiro. Falta-me adjectivo para qualificar o - inqualificável!
Um Povo culto é insubmisso. Aqueles candidatos querem-nos mansos e submissos...
Tenham cuidado com a ira dos mansos!
Vítor Colaço Santos