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Madeira

Rui Barreto "não quererá ir a eleições sozinho"

Militantes recusam cenário de crise interna no CDS-Madeira

Rui Barreto está de saída da liderança do CDS-Madeira.
Rui Barreto está de saída da liderança do CDS-Madeira.

Rui Barreto está de saída do CDS-Madeira e o partido terá de eleger um novo líder dentro de pouco tempo, pelo que algumas peças do xadrez centrista começam a se movimentar na tentativa de perceber quem será o sucessor... ou sucessora.

Em reacção aos sucessivos acontecimentos, Sara Madalena, militante centrista, olha para este fim de ciclo na perspectiva de que Rui Barreto "muito provavelmente não quererá se apresentar a eleições sozinho". Ainda assim, e para já, não assume uma eventual candidatura, contudo, coloca em aberto essa hipótese.

É a resposta corrente que se dá nestas situações. Qualquer militante sem qualquer mancha de processo disciplinar ou afins está apto a se candidatar. Qualquer um. Sara Madalena

Fim de ciclo no CDS com saída de Rui Barreto

A notícia que merece mais destaque na edição de hoje do seu DIÁRIO fixa-se na crise política que afecta a Madeira, para dar conta do fim de ciclo no CDS, com saída de Rui Barreto. A decisão do líder centrista deverá ser comunicada ao partido nas próximas semanas, desencadeando o processo de convocação de um congresso previsto para Abril.

Com a saída de cena por parte de Rui Barreto, a ex-candidata pelo CDS à Assembleia da República, nas Legislativas de 2019, recusa um cenário de aparente crise que se possa vir a instalar no partido.

"Não abre crise absolutamente nenhuma. O partido existe e o partido tem muitas pessoas e muitas pessoas capazes de segurá-lo até quando for necessário", garante.

Tendo em consideração os desenvolvimentos recentes acho que já nada nos surpreende. Temos de estar preparados para tudo. E tendo em consideração essa imprevisibilidade do que se está a passar no campo político madeirense acho que já não me sinto surpreendida. É ir na onda. Sara Madalena

Albuquerque promete um PSD às eleições regionais sem coligações

Miguel Albuquerque começou há pouco, no Conselho Regional do PSD-M, por dar uma "explicação" às dezenas de militantes presentes na sala da sede dos social-democratas, na Rua dos Netos, e prometendo que consigo não haverá coligações pré-eleitorais para as Regionais.

Quem não tem medo nenhum de ir a eleições sozinho é Luís Miguel Rosa, outro dos militantes do partido que também se predispôs a comentar toda a evolução política dos últimos dias.

"O CDS faz 50 anos. Portanto, há 50 anos que vai a eleições com ou sem o PSD. Lideranças fortes e carismáticas têm sucedido outras lideranças fortes e carismáticas. Tivemos o Cabral Fernandes, Ricardo Vieira, José Manuel Rodrigues, Rui Barreto e vai vir outro, com certeza, para liderar o partido, escolhido pelos militantes em sítio próprio", indicou, deixando expresso que o desafio, naturalmente, não será fácil.

Quem suceder, naturalmente, terá um legado maior, um legado de maior responsabilidade e terá mais a demonstrar, porque de facto provou-se nestes quase cinco anos que o CDS tem quadros competentes, com capacidade de exercer poderes executivos, não só nas câmaras e no poder local - que vinha a acontecer ao longo da década - mas agora também no Governo Regional. Portanto, eu diria que o partido, ao contrário do que se possa pensar, sai forte disto. É altura de nós puxarmos a brasa à nossa sardinha e mostrar o bom que fizemos. Luís Miguel Rosa
Declarações de Luís Miguel Rosa

Luís Miguel Rosa sublinha que a saída de Rui Barreto já teria sido comunicada ao núcleo forte de dirigentes centristas, tendo em conta que o ainda secretário regional da Economia traçou este segundo e último mandato no Governo como o derradeiro desafio político.

"Não era público, mas era conhecido, portanto, pelo menos dentro do partido, que o projecto que foi iniciado pelo Rui Barreto, tinha um objetivo essencial que era levar o CDS ao governo e isso foi conseguido. Ele sempre disse, e tinha até referido isso na última comissão política, que o seu ciclo terminaria com o fim do mandato, neste caso, o segundo mandato. Não estávamos naturalmente à espera de que o final de mandato fosse agora, como é evidente, isso não estava nos planos", assume.

Declarações de Luís Miguel Rosa
Manteve a coerência desta circunstância, sabendo de antemão que iremos para eleições e que os partidos irão, como tudo indica, separados. Agora, acabará também por permitir que o partido se regenere, digamos assim, aproveite este novo élan, porque agora temos outras coisas para oferecer. O CDS transformou-se num partido com experiência de governação, pelo menos aqui na Região. É sempre bom recordar que o CDS é o primeiro partido, para além do PSD, a ser governo na Região, em coligação com o PSD, portanto, isto para o mal ou para o bem fica para a história. E acho que bem. É com naturalidade que se encara esta circunstância e a vida continua, como é evidente. Luís Miguel Rosa

Quanto às alternativas, o actual inspector regional da ARAE, é prudente. "As pessoas têm de analisar as suas condições, analisar os seus projectos e ver o que pretendem. Diria que irão surgir alternativas para o futuro próximo do CDS e caberá aos militantes, depois, no congresso, escolher o caminho que pretendem. Tudo a seu tempo. Uma coisa é certa: na rua não vai cair".