Sala de audiências lotada para o julgamento do caso de Santo Amaro
Duas turmas da APEL marcam presença
Está lotada a sala de audiências onde hoje começa o julgamento do caso do homicídio em Santo Amaro.
Duas turmas do curso Técnico Serviços Jurídicos da escola da APEL esgotaram a capacidade da sala.
O julgamento do homem que matou com uma navalhada no coração o toxicodependente que na tarde de 13 de Novembro de 2022 lhe entrou no terreno contíguo à sua casa, em Santo Amaro, para roubar anonas, começa hoje a ser julgado por um tribunal de júri constituído por três juízes profissionais, incluindo a juíza presidente Carla Meneses, e por quatro jurados, estes últimos sorteados e escolhidos entre cidadãos eleitores residentes na Madeira.
Esta modalidade de julgamento foi requerida pela defesa do arguido Gabriel Silva, que se encontra em prisão domiciliária desde a ocorrência do crime. O seu advogado, Nuno Drummond Borges, explicou na altura que seguiu esta opção por entender que um cidadão comum compreende melhor as circunstâncias em que se verificou o homicídio. Lembrou o “clima de medo e insegurança” que se vive na zona de Santo Amaro, local frequentado por toxicodependentes e “onde as pessoas são recorrentemente vítimas de assaltos nas suas residências”.
Gabriel Silva, que tem 52 anos, apresenta algumas limitações físicas e vive na casa do Caminho do Poço Barral juntamente com os pais idosos – o pai está acamado e a mãe recusava-se a sair à rua com medo dos ladrões.
No dia do crime, dois ladrões entraram-lhe por duas vezes no terreno para roubar anonas. Na segunda vez, o alegado larápio Ricardo Macedo, de 33 anos, terá enfrentado o dono da casa, que, segundo o seu advogado, ao se sentir ameaçado, se defendeu pegando num “canivete agrícola”, instrumento que nem era adequado para produzir o resultado que teve.
O julgamento deste caso começou esta quinta-feira, dia 22 de Fevereiro, no Juízo Central Criminal do Funchal (Edifício 2000), após cumpridos os trâmites para a escolha dos jurados.