Desorientação do PSD
O PSD anda realmente desorientado perante o que se está a passar na Madeira. Esta crise nasce com suspeitas judiciais sobre os seus dois principais dirigentes (Miguel Albuquerque e Pedro Calado), mas as culpas sobram para outros. É sempre assim. Agora, o bode expiatório parece ser o CDS que querem expurgar da coligação.
O partido centrista que deitou a mão aos sociais-democratas, quando estes perderam a maioria absoluta em 2019; o CDS que ajudou a recuperar a Câmara do Funchal e que sempre trabalhou (concorde-se ou não) para a estabilidade governativa, vê-se agora enxotado pelos
sociais-democratas. Uma vergonha.
Uma parte de alguns ressabiados que mandam no PSD não consegue ultrapassar a sua
arrogância e procura tapar as suas insuficiências, culpando os outros pelos erros cometidos. Já
no rescaldo das últimas eleições regionais, em que a aliança PSD-CDS perdeu um deputado,
alguns dirigentes sociais-democratas responsabilizaram o CDS pelo facto de, nalguns
concelhos, a coligação não ter conseguido somar os votos. Ora, basta consultar os resultados
eleitorais para ver que os concelhos onde a coligação teve melhores votações foram aqueles
onde o CDS tem mais expressão, como é o caso de Santana, enquanto naqueles que,
tradicionalmente, votam mais laranja, como é o caso de Câmara de Lobos, o resultado foi
muito negativo. Por aqui se vê que se a coligação não obteve maioria absoluta, a responsabilidade deve ser assacada ao PSD. É por isso inadmissível este sectarismo e esta falta de caráter de alguns dirigentes do PSD que pretendem deixar cair o CDS. Estou certo de que os históricos, os bons dirigentes do CDS e os seus militantes saberão dar a devida resposta a esta atitude inconcebível de alguns renovadinhos.
Gonçalo Costa