DNOTICIAS.PT
Boa Noite

Fim de circo no CDS

Quem espera por “vagas de fundo” para assumir candidaturas que se cuide

Boa noite!

Hoje foi notícia que a Madeira vai testar a capacidade de intervenção dos meios de socorro em caso de tsunami. Que o faça rápido pois, nas últimas semanas, o desassossego é tal que poucos ganham para o susto perante tanta levadia, enquanto outros, os que se atrevem a desligar-se das notícias por minutos, estão à margem da realidade. Por isso, neste contexto não deixa de ser irónico ouvir gente hesitante à espera de “vagas de fundo”.

As novidades sucedem-se a um ritmo diabólico, bem menos velozes do que as contradições. Segunda-feira Miguel Albuquerque admitia que a coligação com o CDS era matéria para a futura direcção do PSD resolver, e hoje, sem que tenha havido eleições, já assegurou que consigo não haverá coligações pré-eleitorais para as Regionais. “Quase de certeza" que ou ouvimos mal ou o ainda líder do PSD-M não anda a dizer coisa com coisa.

Farto destas hesitações e de outras alucinações, Rui Barreto, que já havia ameaçado deixar o governo onde ainda se mantém, assume ao DIÁRIO que vai deixar a liderança do CDS. Era uma vez...mas já lá vamos. Em Abril fecha-se assim um ciclo em que os centristas madeirenses viabilizaram dois governos regionais, tiveram 5 anos de glória efémera enquanto muletas da maioria e asfixiaram sensibilidades internas, mas foram engolidos pelo PSD, porventura irremediavelmente aniquilados em termos eleitorais na Madeira e agora dispensados por quem deles precisou na hora de infortúnio. Estamos perante um fim de ciclo, de círculo e de circo!

Era então uma vez o CDS da moral e bons costumes que se deixou anular pelos superiores interesses de outras colectividades para desgosto de algumas famílias de bem.

Era uma vez o CDS humilde que já foi vistoso, passou a ser o partido do táxi e se arrisca a ser, na melhor das hipóteses, um mero monolugar.

Era uma vez o CDS agora na versão mais ‘pop’ de mãos dadas com o PSD, com quem vai a votos a 10 de Março, mesmo sabendo que depois tem divórcio marcado.

Era uma vez o CDS autárquico que ousava desafiar o poder confortavelmente instalado a vir a terreiro aprimorar estratégias.

E era uma vez o CDS que decretou o saneamento de quem, dentro do partido, viu a coligação como suicídio político, que agora alguns choram.

Mais importante do que saber quem se segue, até porque o mais normal é que saindo o líder fique o Presidente, convém perceber o que quer ser este partido, neste momento sem dinâmica capaz de gerar qualquer “vaga de fundo”, ondas ou uma nova esperança. Como o congresso se realiza em Abril, o ideal era que houvesse uma revolução sem medos, nem preconceitos. Resta saber é se há quem queira arriscar entrar no jogo a perder.