Empréstimos da banca aos madeirenses continuou a baixar em 2023
Desde 2014 que os bancos não emprestavam dinheiro a tão poucas empresas, a que se junta as famílias madeirenses como ocorreu em 2023. Isto dá o mínimo de uma década, período no qual se igualou os 4,9 mil clientes empresas e 100,3 mil devedores particulares. Em termos financeiros, face a 2022, foram menos 100,5 milhões de euros para as empresas e menos 158,5 milhões para as famílias (incluindo as instituições sem fins lucrativos).
"Segundo os dados do Banco de Portugal, no final de 2023, o saldo dos empréstimos concedidos a cerca de 4,9 mil sociedades não financeiras (SNF) na Região totalizava 1.889,8 milhões de euros, menos 100,5 milhões de euros (-5,0%) que no mesmo momento de 2022", refere a Direção Regional de Estatística da Madeira, dados divulgados hoje. "O número de sociedades com empréstimos diminuiu pelo terceiro ano consecutivo, baixando de 5,1 mil para 4,9 mil entre 2022 e 2023, situando-se ao nível dos valores registados no ano de 2014, período em que esta variável, em termos médios, rondou aquele mesmo valor (4,9 mil)".
Diz a DREM que "por sua vez, o montante de empréstimos vencidos fixou-se, em dezembro de 2023, nos 17,0 milhões de euros, decrescendo 24,6 milhões de euros (-59,1%) comparativamente ao mesmo mês de 2022. Assim, o rácio de empréstimos vencidos na Região diminuiu entre o final de 2022 e de 2023, de 2,1% para 0,9%, distanciando-se da média nacional (2,0%, o mesmo valor de dezembro de 2022), com o diferencial favorável à RAM a passar de 0,1 p.p., no final de 2022, para 1,1 p.p., no final de 2023".
Já "a percentagem de devedores do sector das SNF com empréstimos vencidos no final de 2023 era de 13,9% (13,6% no País). Face a dezembro de 2022, este indicador diminuiu 1,6 pontos percentuais (p.p.) na Região", acrescenta.
Por outro lado, "no sector das famílias e das Instituições Sem Fins Lucrativos ao Serviço das Famílias (ISFLSF), o saldo dos empréstimos concedidos era, em dezembro de 2023, de 2 915,0 milhões de euros, inferior aos 3 073,5 milhões de euros (-5,2%) de um ano antes", sendo que "75,5% daquele saldo era referente ao segmento da 'habitação' e os 24,5% restantes ao 'consumo e outros fins'. Comparativamente a Dezembro de 2022, o saldo dos empréstimos concedidos referente ao primeiro segmento diminuiu 1,3%, enquanto no segundo a redução foi superior, de -15,3%", confirma ainda.
Contudo, "o rácio de crédito vencido no sector das famílias e ISFLSF era, em Dezembro de 2023, de 0,8%, percentagem igual à nacional, com o montante de empréstimos vencidos a totalizar 24,1 milhões de euros", sendo que "relativamente aos empréstimos vencidos no segmento da habitação, os mesmos não ultrapassavam os 5,6 milhões de euros, representando um rácio de empréstimos vencidos de 0,3%, proporção ligeiramente superior à nacional (0,2%)".
Pelo contrário, "no segmento 'consumo e outros fins', o rácio de crédito vencido, era, no mesmo mês de referência de 2,6%, marginalmente inferior ao nacional (2,7%), com o total de empréstimos vencidos a somar 18,6 milhões de euros".
Quanto ao número de devedores no sector das famílias e das ISFLSF "ascendia a 100,3 mil no final de 2023, -0,5% que em igual momento de 2022, diminuição explicada pelo decréscimo verificado no segmento 'habitação' (-2,9%), já que o número de devedores no segmento do 'consumo e outros fins' aumentou (+0,1%)", ainda que ligeiramente.
Por fim, "a percentagem de devedores (famílias e ISFLF) com empréstimos vencidos na RAM era, no final de 2023, de 5,4% na RAM e de 6,8% em Portugal. Face a um ano antes, estas percentagens diminuíram em 0,6 p.p. na Região e subiram 0,1 p.p. no País", conclui.