Reformados da Madeira mais pobres do que os do País em 2022
Taxa de intensidade de pobreza dos empregados, desempregados e outros inactivos da Região mais baixa do que a nacional
A taxa de intensidade de pobreza na Região Autónoma da Madeira em 2022 foi superior à nacional no caso dos reformados e inferior nos empregados, desempregados, assim como outros inactivos, indica Direcção Regional de Estatística da Madeira.
Os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICVR), no que respeita ao risco de pobreza na população com 18 e mais anos de idade, nomeadamente por condição perante o trabalho, duração do desemprego e por nível de escolaridade completo, indicam que, na Região Autónoma da Madeira (RAM), considerando o grupo de indivíduos com 18 ou mais anos e a linha de pobreza nacional (7.095 Euros), a taxa de risco de pobreza após transferências sociais, em 2022, atingiu 24,3% (16,3% a nível nacional).
A taxa de risco de pobreza para a população desempregada na Região Autónoma da Madeira foi de 57,7%, valor superior em 11 pontos percentuais (p.p.) à taxa nacional e inferior em 4,6 p.p. à da Região Autónoma dos Açores (RAA), onde ascendeu a 62,3%,
Para a população reformada, a taxa de risco de pobreza na RAM situou-se em 19,5%. Este foi o único grupo populacional em que a taxa de pobreza na RAM foi superior à taxa nacional e à taxa da RAA. A taxa de pobreza nacional foi de 15,4% e na RAA foi de 18,1%.
A taxa de risco de pobreza na RAM para a população empregada foi de 15,7%, valor superior em 5,7 p.p. à taxa nacional (10,0%) e inferior em 0,7 p.p. à taxa da RAA (16,4%).
A taxa de intensidade da pobreza (que reflete a proporção de pessoas que vivem em agregados com rendimentos monetários líquidos anuais por adulto equivalente inferiores ao limiar de pobreza), em 2022, foi mais baixa na RAM, quando comparada com a taxa nacional (exceto no grupo dos reformados) e com a taxa da RAA. A intensidade de pobreza foi superior entre a população desempregada, atingindo na RAM 27,8%, na RAA 40,1% e a nível nacional 46,2%.
Segundo a duração do desemprego, as taxas da RAM são sempre superiores às nacionais, destacando-se a diferença de 11,1 p.p. na taxa do grupo “12 meses”, no qual foi registada a taxa de risco de pobreza na RAM de 61,6% e de 50,5% no País. Em relação à RAA, as taxas da RAM foram inferiores nos grupos “0 meses”, em que atingiu 22,8% na RAA e 21,0% na RAM, e no grupo “12 meses”, em que a taxa foi de 64,9% na RAA e 61,6% na RAM.
Destaca-se na RAM uma menor taxa de risco de pobreza entre os indivíduos que tinham o “Ensino Secundário ou superior”, sendo inferior a metade da taxa de risco de pobreza dos indivíduos que estavam no grupo “Até ao ensino básico”, respetivamente 15,5% e 31,3%, uma diferença de 15,8 p.p..
A nível nacional, a taxa de risco de pobreza para estes dois grupos foi inferior, sendo de 22,6% no grupo “Até ao ensino básico” e de 9,8% no grupo “Com ensino secundário ou superior” (9,8%). Na RAA, observaram-se taxas de 34,0% e 10,3%, respetivamente.
Os indicadores foram construídos com base no rendimento monetário anual líquido de 2022, excluindo-se outras fontes de rendimento, nomeadamente o salário em géneros, o autoconsumo, o autoabastecimento e a autolocação. Os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado entre Abril e Julho de 2023,