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"Viver em Portugal" com "ambição" ou "em conjunto como sempre fizemos"

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Foto Lusa

No alegações finais do debate entre Luís Montegro e Pedro Nuno Santos, ambos os candidatos a primeiro-ministro reconhecem que "é possível viver em Portugal", mas os caminhos apresentados para lá chegar revelam estados de espírito distintos.

O presidente do PSD começou a sua última intervenção por criticar a "falta de preparação" do candidato do Partido Socialista.

O Partido Socialista e Pedro Nuno Santos que, enquanto ministro, mostrou tudo menos preparação. Não esteve preparado para resolver o problema do aeroporto, não esteve preparado para lidar com a questão da TAP, onde foram injectados 3.200 milhões de euros dos nossos impostos e não esteve preparado também, depois, nas intromissões que teve na gestão, nomeadamente na fixação de indemnização a uma administradora, de que disse não se lembrar, mas que se lembrou entretanto. Esta é uma opção que é um pouco confusa, entre continuar ou querer ser diferente.  Luís Montegro

Em contraposição sublinha a "ambição" da AD.

Do nosso lado, o que é que nós temos? Temos ambição, temos o nosso programa, temos a nossa ideia de que é possível em Portugal alavancar um crescimento económico mais robusto e, através da criação de riqueza, ter políticas sociais que possam verdadeiramente corresponder à solução dos problemas que nós sabemos, eu sei, todos os dias vocês se confrontam. Na saúde, quando querem ter uma consulta, quando querem ter uma cirurgia, quando querem ter um atendimento numa urgência. Na escola, onde os vossos filhos e os netos não têm um professor a uma disciplina. No acesso à habitação.

Montenegro terminou, "olhando para todas as faixas etárias", mas dirigindo-se sobretudo aos jovens para "dizer que é possível viver em Portugal, é possível ter melhores salários, é possível ter mais crescimento e é possível ficarmos junto das nossas famílias e atingirmos os projectos que temos para as nossas vidas".

Pedro Nuno Santos optou, por seu turno, por realçar as conquistas alcançadas nos últimos 50 anos de democracia e também no último governo.

O dia 10 de março é um dos dias mais importantes dos próximos anos. Nele, aliás, vamos também julgar os 50 anos da nossa democracia. Tanto se fala mal do país e do que nós conseguimos, mas a verdade é que nós em conjunto aquilo que nós conseguimos nos últimos 50 anos foi de facto extraordinário. Nós conseguimos construir um serviço nacional de saúde. A quem ninguém pergunta, a entrada de um hospital se tem dinheiro para pagar o tratamento. Nós conseguimos construir uma escola pública que permitiu combater o analfabetismo e hoje termos uma juventude com níveis de qualificação que se comparam com os melhores países da Europa. Nós conseguimos avançar muito ao longo destes anos. Temos que ter orgulho do que fomos capazes de fazer. Temos também que ter consciência que é preciso defender estes avanços. Querer mais. Este governo do Partido Socialista tem resultados para apresentar. Os salários aumentaram, as pensões aumentaram, o país cresceu, mas não estamos satisfeitos. Nós queremos mais e é isso o nosso desafio para os próximos anos.

O Portugal preconizado pelo PS é “um país onde possamos viver melhor, mas trabalhar em conjunto”.

“Não é um país individualista. É um país onde nós trabalhamos em conjunto, como sempre fizemos ao longo da nossa história. Por um Portugal inteiro”, sublinhou o candidato socialista.

Estas posições foram transmitidas no único frente a frente entre os dois antes das legislativas antecipadas de 10 de Março, transmitido em simultâneo por RTP, SIC e TVI, e que decorreu no cineteatro Capitólio, em Lisboa.

Este foi o último dos 28 debates que, desde 5 de Fevereiro, colocaram frente a frente os líderes dos oito partidos com assento parlamentar.

A RTP organiza ainda mais dois debates: o primeiro realiza-se na terça-feira e junta todos os partidos que concorrem a estas eleições e não elegeram deputados em 2022; o segundo está marcado para sexta-feira e opõe todos os partidos com assento no Parlamento.

A campanha eleitoral tem início no próximo domingo.