Von der Leyen candidata-se a 'Spitzenkandidat' do PPE para voltar à Comissão Europeia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje a sua candidatura a 'Spitzenkandidat' (cabeça de lista) do Partido Popular Europeu (PPE) para as eleições europeias de junho, visando uma recandidatura à frente da instituição.
Segundo fontes partidárias ouvidas pela agência Lusa, Ursula von der Leyen anunciou que queria ser candidata a 'Spitzenkandidat' para liderar a Comissão Europeia por mais um mandato de cinco anos.
As mesmas fontes precisaram que o anúncio foi feito pela líder do executivo comunitário numa reunião em Berlim do partido alemão União Democrata-Cristã (CDU), ao qual a responsável pertence, para ser então a sua candidata principal às eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para 06 a 09 de junho de 2024.
Fontes próximas de Ursula von der Leyen haviam dito anteriormente à Lusa que este anúncio seria feito perto do fim do prazo para as candidaturas à figura de 'Spitzenkandidat' do PPE, que termina na próxima quarta-feira.
Precisamente na quarta-feira, data em que termina esse prazo, o PPE fará uma reunião do grupo na sede do Parlamento Europeu em Bruxelas para oficializar a nomeação e, no final, o presidente deste partido europeu, Manfred Weber, e Ursula von der Leyen falarão à imprensa.
Depois de ser oficialmente nomeada como 'Spitzenkandidat' do PPE, Ursula von der Leyen deverá ser confirmada como cabeça de lista na cimeira do grupo político, marcada para 06 e 07 de março, na capital romena, em Bucareste.
Entre os funcionários mais próximos da líder do executivo comunitário, a perceção é a de que Ursula von der Leyen "ainda não está cansada", segundo relatos à Lusa, mesmo depois de neste mandato à frente da instituição ter lidado com crises relacionadas com a pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e o reacender do clima de conflito na região do Médio Oriente, após o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas a Israel.
A gestão desta última guerra suscitou, porém, várias críticas no espaço comunitário pelo apoio de Ursula von der Leyen a Telavive e por um corte inicial de fundos à Palestina.
Enquanto primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen foi aprovada pelo Parlamento Europeu, em novembro de 2019, com 461 votos a favor, 157 contra e 89 abstenções, numa decisão que é tomada por maioria absoluta (metade dos eurodeputados em funções mais um).
Atualmente, o Parlamento Europeu é composto por sete grupos políticos, sendo o PPE o maior deles, seguido pela Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), a bancada do Partido dos Socialistas Europeus (PES, na sigla inglesa).
Em meados de janeiro, o PES anunciou que o atual comissário europeu luxemburguês do Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, era candidato único a 'Spitzenkandidat' da família política nas eleições europeias de junho.
Schmit, o primeiro 'Spitzenkandidat' a entrar oficialmente na 'corrida', foi apresentado pelos socialistas luxemburgueses do LSAP e tem o apoio de todos os partidos que integram esta família europeia, devendo ter aval no congresso do PES, marcado para 01 e 02 de março em Roma.
A figura dos candidatos principais -- no termo alemão 'Spitzenkandidat' -- surgiu nas eleições europeias de 2014, com os maiores partidos europeus a apresentarem as suas escolhas para futuro presidente da Comissão Europeia.
De seguida, em 2019, tentou-se aplicar novamente este modelo, mas por desacordo entre os grupos políticos estes candidatos principais não ocuparam os altos cargos europeus.
Ursula von der Leyen não foi 'Spitzenkandidat' do PPE em 2019.