Oposição irresponsável
A fragmentada oposição que temos, que não se entende sequer sobre a marcação de uma reunião a convite do Partido Socialista, é responsável pelo facto de não termos ainda um Orçamento e um Plano de Investimentos para este ano na Madeira e pelo facto de estarmos a viver em regime de duodécimos, com todas as condicionantes que isso traz à administração pública e também às empresas e aos cidadãos.
Ao apresentarem moções de censura ao Governo Regional, à boleia das investigações judiciais, o PS e o Chega sabiam que a sua discussão na Assembleia Legislativa tem prioridade sobre o debate do Orçamento e que isso inviabilizaria, a aprovação deste importante documento para a vida dos madeirenses. Foi o que acabou por acontecer.
A exoneração do Presidente do Governo e a consequente demissão de todos os Secretários, levou à queda de todas as propostas de decreto que estavam para aprovação no Parlamento. A pressa de tirar dividendos eleitorais foi superior aos interesses da Região e dos madeirenses. Já nos Açores os socialistas tinham chumbado o Orçamento, aliados ao Chega, para tirar proveitos da convocação de eleições. Enganaram-se e perderam para a coligação PSD-CDS-PPM. Mas a instabilidade está instalada no arquipélago irmão.
Neste contexto, só há uma saída e passa pela indigitação de um novo Presidente do Governo, saído da aliança entre o PSD, o CDS e o PAN, que forme o seu Executivo e apresente, rapidamente um Programa e um Orçamento à Assembleia. Depois, lá para o fim de Março, o Presidente da República avaliará as circunstâncias políticas, tendo já em conta os resultados eleições nacionais, e decidirá se deve ou não dissolver a Assembleia e convocar eleições. Mas isso já é outra conversa. O importante, agora, é ter um Governo Regional em plenitude de funções e com um Orçamento que melhore a vida dos madeirenses.
Maria Pereira