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Crónicas

Autonomia Virtuosa

1. Disco: É fado e é Camões.
“Fado Camões”, de Lina, com produção de Justin Adams, músico, compositor e produtor britânico, cúmplice de Robert Plant; na guitarra portuguesa, Pedro Viana; Ianina Khmelik, no violino; no piano, teclas e arranjos, John Baggott, músico e compositor que já trabalhou com os Massive Attack e com os Portishead.

Camões, o eterno Camões, escreveu para a música e para a voz de Lina. É um álbum soberbo. Superlativo.

E na RTP 2, passou um documentário fabuloso sobre a gravação do disco.

2. Morreu Alexey Navalny, líder corajoso e incansável na luta pela liberdade e democracia na Rússia. Ativista, Navalny tornou-se num símbolo da resistência contra a corrupção desenfreada do regime de Putin. Através do seu blogue e da sua Fundação Anticorrupção, a FBK, expôs esquemas corruptos que enriquecem a elite russa enquanto a maioria da população sofre de parcos recursos.

Alexey Navalny não se limitava à denúncia. Também se candidatou a cargos públicos e mobilizou milhões de pessoas através do seu carisma e da sua mensagem de esperança por um futuro melhor. Apesar dessa sua popularidade, foi constantemente perseguido pelo governo russo. Preso por diversas vezes, sob acusações falsas, sofreu um envenenamento quase fatal em 2020. Foi tratado na Alemanha e regressou ao seu país, onde é novamente preso e julgado, tendo sido condenado a uma pena de prisão.

A morte de Navalny é uma perda incomensurável para o movimento pró-democracia russo, pois a sua voz poderosa defendia os direitos humanos e a justiça social, e a sua ausência deixará um grande vazio. A bravura e a resiliência de Navalny diante da opressão, inspiraram milhões de pessoas dentro e fora da Rússia. O seu legado continuará, certamente, a motivar a luta por um mundo mais livre e democrático.

Alexey Navalny é um gigante da história da luta contra a tirania de Vladimir Putin. A sua morte é uma tragédia, mas o seu legado continuará a inspirar os que amam a liberdade. Que a sua memória seja um símbolo de esperança e que a sua luta continue a ecoar por um mundo mais justo e livre.

3. É impressão minha ou anda no ar um branqueamento da situação em que vivemos? Parece que não se passa nada. Tudo parado, com os principais responsáveis a assobiar para o ar.

A CS mansinha... Os protagonistas quase a serem vítimas... A soberania da ALRAM em banho Maria.

Ao invés de andarmos todos revoltados, por darem cabo do pouco de Autonomia que temos; em vez de estarmos todos indignados, por termos sido enganados; em vez de nos sentirmos irritados, por termos sido desrespeitados; em vez de ficarmos furiosos, por vermos o que ajudámos a construir a se desmoronar, não, deixamos as coisas andar como se o futuro fosse desimportante.

Isto tem de mudar. Com novos rostos, com novas políticas. Esta Autonomia Socialista da Grande Laranja só serve a alguns (e bem). Isto não nos serve.

Precisamos de uma Autonomia Virtuosa que construa um caminho promissor que valorize a inovação, a transparência, a coesão e a responsabilidade.

Uma Autonomia Virtuosa que seja um laboratório de inovação, impulsionando o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções em áreas como as energias renováveis, a agricultura sustentável, o turismo verde e a biotecnologia. Que se apoie na colaboração entre o governo, as empresas, a universidade e centros de investigação, pois, só assim, a região pode gerar conhecimento e criar oportunidades de emprego, impulsionando o crescimento económico e a competitividade.

Uma Autonomia Virtuosa que coloque a coesão social no centro das prioridades, e que por meio de políticas que promovam a igualdade de oportunidades, o acesso à educação e à saúde de qualidade, e a inclusão social, ajude a construir uma Madeira mais justa e resiliente.

Uma Autonomia Virtuosa que preserve e não destrua, que olhe para o futuro sem esquecer o que somos e de onde viemos.

Uma Autonomia Virtuosa que não seja um projeto utópico nem uma distopia, mas sim um compromisso com o futuro da Madeira.

Só teremos uma Autonomia Virtuosa com o empenho e a colaboração de todos os que amamos a Madeira. Através da inovação, da coesão social e da responsabilidade social, ambiental e política, podemos construir uma Madeira mais próspera, justa e sustentável para todos.

O tempo do medo e da defesa de interesses mesquinhos acabou.

É o tempo da glorificação da verdade e dos madeirenses.

Hoje tem de começar o futuro.

4. Esteve muito bem nestas páginas o meu bom amigo Gonçalo Maia Camelo, ao denunciar, demonstrando, a falácia que é dizer que a Madeira tem os impostos mais baixos do país.

Amanhã, na Assembleia Regional, será discutida, e muito provavelmente chumbada, uma proposta da Iniciativa Liberal que tem em vista a extensão da aplicação do diferencial de 30%, previsto na Lei das Finanças Regionais, a todos os escalões do IRS, ao IVA e às taxas liberatórias de IRS e de IRC, bem como às respectivas taxas de retenção na fonte.

A redução de impostos desempenha um papel crucial no fortalecimento económico e na promoção do bem-estar social de uma comunidade ou região. Tal medida não é apenas uma estratégia fiscal, mas uma ferramenta eficaz para estimular o crescimento, fomentar o investimento e aliviar a carga financeira sobre os cidadãos e as empresas.

A Região reduziu já, e bem, o IRC, proporcionando assim um ambiente propício ao investimento. As empresas ficam, assim, com mais recursos disponíveis para expandir as suas operações, inovar os seus produtos e serviços, e contratar mais funcionários. Esta dinâmica impulsiona a criação de empregos e fortalece a base económica da região.

A redução de impostos representa um alívio direto para os contribuintes, principalmente para os detentores de menores rendimentos. Ao terem mais recursos disponíveis, os cidadãos podem vêm aumentado o seu poder de compra, permite-se-lhes investir em educação, em saúde e melhorar a sua qualidade de vida. Este estímulo ao consumo interno contribui para um círculo virtuoso de crescimento.

Num contexto globalizado, a competitividade regional é crucial. A redução de impostos torna a Região mais atraente para investidores, empreendedores e empresas, criando um ambiente favorável aos negócios. A redução de impostos não só atrai investimentos locais, mas também promove a entrada de capital externo e o (re)investimento, aumentando a competitividade e a produtividade.

A diminuição da carga tributária, para além de beneficiar, principalmente, os mais desfavorecidos, permite a introdução de uma maior equidade na relação entre os Contribuintes e o Estado, minimizando os sacrifícios impostos aos primeiros, e obrigando este último a efetuar uma gestão mais racional e rigorosa dos recursos existentes, ao invés de optar pelo caminho do sucessivo e consistente aumento das receitas tributárias.

A redução proposta tem como objetivos:

1. Estimular o investimento privado na região;

2. Incentivar a criação de empregos;

3. Promover o crescimento económico sustentável;

4. Aliviar a carga fiscal sobre os contribuintes locais, aumentando os rendimentos disponíveis e o poder de compra dos mesmos, bem como reduzir a respectiva taxa de endividamento.

É claro que isto vai ser chumbado. De pouco vale o exemplo açoriano, onde se baixaram os imposto e, após uma curta adaptação, as receitas fiscais subiram.

Mas era uma promessa que fizemos na campanha e há qual não podíamos deixar de dar resposta.

5. E são tantas as coisas tristes que por aí se veem. O escrito na passada 6.ª feira por Miguel Iglésias é profundamente triste. Muitas opiniões de responsáveis políticos de todos os quadrantes são lamentáveis. Os “comentadeiros” de segunda apanha opinam tontices e coisas sem qualquer sentido. Tudo isto é demonstrativo do quão pouco democrático é o ambiente político na Madeira. Valha-nos Deus.