Peritos da ONU alertam para execução iminente de activista dos direitos humanos no Iémen
Peritos das Nações Unidas alertaram hoje para a iminente execução da conhecida defensora dos direitos humanos iemenita Fatima Saleh Al-Arwali, condenada à morte pelos rebeldes Huthis.
Para os especialistas da ONU, a execução de Al-Arwali constituiria uma violação flagrante do direito internacional e dos direitos humanos.
Al-Arwali foi do escritório da União de Mulheres Líderes da Liga Árabe no Iémen e foi presa em agosto de 2022, sob a acusação de "colaborar com o inimigo", por alegadas ligações aos Emirados Árabes Unidos (país membro da coligação militar que interveio no Iémen em 2015 para apoiar o Governo face à ofensiva dos Huthis, apoiados pelo Irão).
Até então, ela documentou e denunciou publicamente o recrutamento de crianças pelas milícias Houthi que controlam o oeste do país e as numerosas violações dos direitos humanos sofridas pelas mulheres capturadas por estes rebeldes xiitas.
Relatórios recebidos pelos especialistas indicam que a ativista poderá ser executada na Praça Tahrir, em Saná, na próxima quarta-feira, 21 de fevereiro.
Os rebeldes Huthis controlam a capital Sana e grandes extensões de território no noroeste do Iémen, um país que vive uma guerra civil desde 2014.
O conflito entre as partes provocou centenas de milhares de mortos e mergulhou o país mais pobre da Península Arábica numa das mais graves crises humanitárias.