Pessoal de terra da Lufthansa na Alemanha volta à greve na terça-feira
O sindicato alemão Ver.di convocou hoje para terça-feira uma greve do pessoal de terra do principal grupo de aviação da Europa, a Lufthansa, por melhores aumentos salariais, depois da paralisação que já aconteceu no início do mês.
O sindicato Ver.di apela a paralisações entre terça-feira às 03:00 e quarta-feira às 6:10 (horas de Lisboa) nos aeroportos de Frankfurt, Munique, Hamburgo, Berlim, Dusseldorf, Colónia-Bona e Estugarda.
"É provável que ocorram cancelamentos de voos e atrasos significativos", avisou em comunicado o sindicato, que representa cerca de 25 mil funcionários.
A greve anterior, no início de fevereiro, teve muita adesão provocando o cancelamento de quase 90% dos voos inicialmente previstos pelo grupo.
Este anúncio surge após o fracasso da terceira ronda de negociações salariais entre a administração da Lufthansa e os representantes dos trabalhadores.
O Ver.di exige um aumento salarial de 12,5%, com pelo menos mais 500 euros na folha de vencimento mensal no imediato, bem como um bónus único de 3.000 euros. O objetivo é compensar a inflação dos últimos anos na Alemanha, que foi de 5,9% em 2023 após 6,9% em 2022.
A empresa, por sua vez, propõe um aumento de 4% retroativo a dezembro e 5,5% em fevereiro de 2025.
Para o sindicato, tal é insuficiente, até porque aos pilotos os "aumentos são de dois dígitos" enquanto "o pessoal de terra nem sequer é compensado pela inflação", disse Marvin Reschinsky, que participa nas negociações em nome do sindicato.
Os pilotos da Lufthansa negociaram aumentos salariais superiores a 17% no total em agosto passado, pondo fim a uma disputa de vários meses com a administração.
Os pilotos da Discover, subsidiária do grupo, também estão em greve por uma tabela salarial e pela regulamentação sobre voo e tempos de descanso.
A Alemanha vive uma onda de greves que afeta particularmente o setor dos transportes, mas também a indústria e os serviços.
Os trabalhadores consideram os aumentos salariais propostos insuficientes, dada a subida dos preços desde 2022.