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Investigação Judicial Madeira

Possível indemnização pelo tempo de detenção vai para solidariedade

22 dias de detenção podem originar queixa no Tribunal Europeu de Direitos Humanos

Pedro Calado 
Pedro Calado , Foto Hélder Santos / ASPRESS

Pedro Calado recusa "benefícios" no âmbito do processo de alegada corrupção

Após três semanas de detenção para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coacção, Pedro Calado, arguido por suspeitas de corrupção na Madeira, afirma que "nunca" tentará ter "qualquer benefício" relacionado com o processo. 

Questionado sobre se apresentará queixa no Tribunal Europeu de Direitos Humanos pelos inéditos 22 dias de detenção, o ex-autarca do Funchal afirma que, neste momento, está focado no "esclarecimento do que tiver de ser esclarecido" pelo que "não está nada decidido". Perante uma possível indemnização, garante que "esse dinheiro será todo revertido a instituições particulares de solidariedade social para ajuda a pessoas mais desfavorecidas".

Nunca vamos tentar ter qualquer beneficio com situação alguma. Foi o tempo que a justiça demorou, nós temos de compreender, estamos aqui para colaborar.  Pedro Calado

O também ex-vice-presidente do Governo Regional da Madeira, falava à chegada ao Aeroporto Internacional Cristiano Ronaldo, onde atentou que o "tempo excessivo" em que decorreu a fase de interrogatório foi "necessário" para "recolha, apresentação e análise de provas", resultando "num trabalho exemplar" por parte do juiz de instrução criminal que teve "tempo para analisar tudo o que estava no processo". 

Foi um tempo excessivo para todos nós e que nos custou muito, mas deu tempo para analisar e para verificar tudo aquilo que estava em causa. Naturalmente foi um tempo fora daquilo que é habitual, mas foi o tempo necessário e por um lado foi bom que houvesse tempo para analisar, para questionar e para esclarecer. Pedro Calado