Chega quer aumentar penas para corrupção, Livre defende aposta na prevenção
As soluções para o combate à corrupção afastaram hoje o líder do Chega e o porta-voz do Livre, num debate tenso em que André Ventura e Rui Tavares trocaram também acusações de "hipocrisia" e "farsismo".
O presidente do Chega e o porta-voz do Livre estiveram hoje frente a frente num debate no âmbito das eleições legislativas de 10 de março, na SIC Notícias e, no que toca à justiça, André Ventura defendeu um aumento de penas para a corrupção, enquanto Rui Tavares considerou necessário apostar na prevenção para que o crime não chegue a ocorrer.
Os dois líderes partidários trocaram também críticas sobre a ligação a figuras internacionais, com Rui Tavares a sinalizar que o Chega tem como "aliado" o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, "o governante mais corrupto da União Europeia".
"Toda a questão do combate à corrupção na boca de quem é aliado de Orbán, Trump ou Bolsonaro soa como uma farsa [...]. Eu acho que há um bom nome para isto, é o farsismo, são os farsantes", defendeu, afirmando: "farsismo nunca mais".
O presidente do Chega retorquiu que o Livre aplaudiu "um presidente do Brasil que esteve preso por corrupção", referindo-se a Lula da Silva, e alegou também que o partido de Rui Tavares apoia regimes como o de Cuba ou da Venezuela, o que o deputado único negou.
Logo no arranque, o historiador introduziu no debate uma questão pessoal, criticando o deputado do Chega Pedro Frazão por ter referido no parlamento que os filhos de Rui Tavares frequentam uma escola internacional privada.
Tavares acusou o deputado do Chega de ter usado a sua família "como arma de arremesso político", lamentou que tenham sido publicadas nas redes sociais fotografias tiradas dentro do estabelecimento de ensino, e justificou a escolha da escola internacional com a condição de diplomata da mãe das crianças.
Este tema acabou por dominar a primeira parte do debate, e na resposta André Ventura disse não ter conhecimento deste assunto e acusou o porta-voz do Livre de "hipocrisia" e de não ser "coerente com o que defende", nomeadamente a escola pública.