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Um dos suspeitos da morte de adepto junto ao Estádio do Dragão garante estar inocente

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Um dos suspeitos de matar um adepto junto ao Estádio do Dragão, no Porto, durante os festejos do título em maio de 2022 afirmou hoje, durante o julgamento, estar inocente e temer ser penalizado por algo que não fez.

"Estou inocente. Todos os dias quando me deito lembro-me que posso ser penalizado por algo que não fiz", disse Diogo Meireles, acusado de homicídio qualificado juntamente com mais seis homens, perante o coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto.

A cumprir pena de prisão à ordem de outro processo, o arguido, de 26 anos, referiu ter todo o interesse em dizer a verdade, falando sem qualquer problema sobre o que sabe, porque também quer perceber o que se passou na noite do crime dado ser amigo de Igor Silva, vítima mortal.

Numa sessão marcada pelo visionamento dos vídeos da noite do crime, Diogo Meireles contou que não viu Igor Silva a ser esfaqueado, visto que, quando chegou perto já o viu no chão, ficando convencido de que estava morto dado o seu estado.

Apresentando uma versão dos factos confusa, o arguido lamentou a perda de uma vida humana.

Além de Diogo Meireles, uma outra arguida, suspeita de ofensas à integridade física, contou aos juízes do coletivo que a vítima mortal perseguia os seus filhos, ambos arguidos neste processo - um por homicídio qualificado e outro por ofensas à integridade física -- e nunca percebeu o porquê.

Já quanto àquilo que se passou na noite do crime, e num depoimento com contradições face ao que foi relatado por outros arguidos na quinta-feira quando arrancou o julgamento, a suspeita assumiu ter-se envolvido em confrontos com uma outra mulher depois de esta lhe ter puxado os cabelos.

A arguida aproveitou ainda para pedir perdão à família da vítima mortal porque ninguém merece um desfecho destes -- morte de um familiar.

Este julgamento, com testemunhas arroladas, tem sete arguidos acusados de homicídio qualificado, três de ofensas à integridade física de uma jovem e um de detenção de arma proibida.

Segundo a acusação, consultada pela Lusa, desde o início de 2022 que cinco dos 11 arguidos, três dos quais acusados de homicídio qualificado e em prisão preventiva, mantinham um clima de conflito com a vítima motivado por agressões entre eles e familiares.

A 08 de maio de 2022, cerca das 02:00, durante os festejos do título de campeão nacional de futebol conquistado pelo FC Porto, alguns dos arguidos envolveram-se numa acesa troca de palavras com a vítima mortal, junto ao Estádio do Dragão, sustenta.

E, acrescenta a acusação, motivados por um desejo de vingança, alguns dos suspeitos perseguiram, manietaram e agrediram Igor Silva com o propósito de lhe tirar a vida, agredindo-o a socos, murros e pontapés e usando uma faca com uma lâmina de cerca de 15 a 20 centímetros.

Nessa sequência, a vítima mortal foi esfaqueada várias vezes em diferentes partes do corpo e, apesar de ainda ter sido transportada para o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, acabou por morrer, refere.