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“Agir pelo Futuro, Mudar a Madeira”

É inegável que a Madeira atravessa atualmente o período mais conturbado da sua história, expondo para Portugal e para o Mundo as cicatrizes advindas de 48 anos de hegemonia do PPD/PSD.

A prevalência de certas práticas questionáveis por parte de alguns governantes ao longo destas décadas, demonstram uma prepotência evidente, que levou a este desfecho. Conscientes do que se passava, muitos de nós optámos por normalizar ou mesmo ignorar tais práticas, relegando-as a uma inevitabilidade política.

Indicadores alarmantes revelam aquela que é a Madeira real e não a Madeira aos olhos daqueles que governam a pensar no individualismo, em detrimento da causa de todos. Um em cada três madeirenses vive abaixo do limiar de pobreza, auferindo um rendimento inferior a 591 euros, apesar dos sucessivos crescimentos económicos, que tendem a superar a média nacional.

A realidade se torna ainda mais preocupante quando observamos a Formação e Qualificação dos madeirenses. Apenas 16% dos madeirenses possuem uma licenciatura, muito abaixo dos 45% da média nacional. Nas últimas décadas, constatou-se um aumento de 15,9% no número de alunos inscritos em Instituições de Ensino Superior na Região, em comparação com a média de ingressões globais de madeirenses no Ensino Superior. Este fenómeno é, em parte, reflexo da falta de apoio do Governo Regional às famílias com estudantes deslocados, levando milhares de jovens a se conformar com a limitada oferta formativa na Região.

A dificuldade em encontrar emprego qualificado na Região é uma realidade que afeta não apenas os jovens, mas também os madeirenses mais qualificados.

O mercado imobiliário, por sua vez, apresenta-se exorbitantemente inflacionado. O preço médio de uma casa na Madeira é de 440.000 euros, representando um aumento de 16% em relação ao último trimestre de 2022. Este aumento é alarmante, especialmente quando consideramos que os madeirenses possuem salários médios abaixo da média nacional.

A dependência excessiva do Turismo como motor económico é outra questão crítica. O setor do Turismo representa um terço do PIB regional, enquanto a Zona Franca da Madeira gerou 70% do total das receitas do IRC em 2021. Isto significa que grande parte das empresas estabelecidas na Região, não contribuem efetivamente para o desenvolvimento real da Madeira e Porto Santo. Não geram empregos significativos, face ao valor de contribuições que cá deixam. A Madeira não pode ser um “penso rápido” para empresas internacionais, sem que cá seja deixado algum valor com impacto na vida dos madeirenses e portossantenses.

Por outro lado, a falta de empregos qualificados e a escassez de oportunidades têm conduzido muitos jovens madeirenses à imigração/emigração. O fenómeno dos jovens “nem-nem”, que nem estudam nem trabalham, representa 11,3% da população jovem da Região. Um valor deturpado da realidade, dada à imigração/emigração em massa que tem acontecido nos últimos anos. Os jovens saíram às dezenas de milhares para estudar e trabalhar fora da Região e regressaram poucos milhares nos últimos anos.

A Madeira precisa de uma mudança de rumo, de uma nova visão política, centrada na promoção do desenvolvimento económico sustentável e na valorização do capital humano. É imperativo que sejam implementadas medidas eficazes para diversificar a nossa economia, atrair investimento qualificado e proporcionar oportunidades de formação e emprego digno para as Novas Gerações.

A Alternância Democrática na Madeira, nunca foi tão premente.

É fundamental que os madeirenses expressem nas urnas a sua insatisfação contra aqueles que, ao longo destas décadas, priorizaram os seus interesses individuais em detrimento do bem comum.

Acredito firmemente que, nos dias de hoje, existe inevitavelmente uma maioria social descontente com a atual governança. Cabe transformar essa insatisfação em uma maioria política comprometida com o futuro da Madeira.

Uma maioria de estabilidade, esperança e confiança que o PSD/CDS não conseguem dar à Madeira e aos madeirenses.

Por uma Madeira mais próspera, justa e inclusiva, capaz de reter e atrair talentos, garantindo um futuro digno para as Novas Gerações.

É esta a Madeira que ambiciono!