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“Carta aos Fariseus”

Os Fariseus, ávidos por chegarem ao poder, e quiçá embalados prematuramente pelos Mestres da Lei, viram uma oportunidade

Marcelo e Ireneu têm o dever de corrigir o erro dos Fariseus e dos Mestres da Lei e não pactuem com o mergulhar da Região num impasse político e social. A Madeira precisa de estabilidade!

1. Na minha infância quando frequentava a catequese ouvi vezes sem conta a frase retirada da bíblia: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Nesse período de vida, sobretudo na Quaresma, quadra que se aproxima, algumas passagens foram registadas por mim até hoje, umas das quais lembro-me bem destinava-se aos Fariseus e aos Mestres da Lei, “autênticos hipócritas”. Eram assim classificados por Jesus quando os condenou por tamanha desfaçatez e hipocrisia.

À procura de lembranças dei por mim a ler uma passagem que eles [os Fariseus e os Mestres da Lei] “são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade”. Creio que a analogia será lamentavelmente coincidente aos dias de hoje. Ou estarei errado?

Ao que muito foi dito e escrito desde 24 de janeiro, motivado por uma mega-operação e todo o aparato policial, nunca antes visto, castigou-se. Muito. Em doses altamente exageradas. Desde então, os Fariseus, ávidos por chegarem ao poder, e quiçá embalados prematuramente pelos Mestres da Lei, viram uma oportunidade para serem alguém, julgaram, condenaram e até tentaram esmifrar vidas, como se num pelourinho se tratasse.

Sedentos, os tais Fariseus, adiantaram-me freneticamente numa corrida sem pudor, sem presunção, esqueceram valores mais elementares da vida, como se amanhã já fosse tarde. Os Mestres da Lei fizeram cair um governo e um presidente de Câmara. Os Mestres da Lei mandaram prender três homens sem que, ao que se sabe agora, houvessem indícios ou provas que os incriminasse. E o que fizeram os Fariseus? Vangloriaram-se ainda antes do veredicto ser conhecido. Por isso…

“Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”.

E agora? Sim, e agora? Ninguém paga toda esta trapalhada? É tempo de dizer basta. É preciso que as mais altas instâncias da nação dêem explicações cabais e inequívocas que o país não pode continuar neste rumo. O país não pode continuar à mercê destes delírios que de primeiro prende-se e depois se pede desculpa. Quem se responsabiliza por esta crise política instalada? Há limites e a tolerância tem limites mesmo para um bom cristão.

Espero que hoje o senhor Presidente da República que reúne com o senhor Representante da República analise em consciência e viabilize um governo de continuidade para que se possa rapidamente aprovar um Orçamento Regional e que corrija um erro dos Mestres da Lei e não pactuem com o mergulhar da Região num impasse político e social que só prejudica uma série de instituições públicas e privadas, o investimento público e a economia regional.

Depois até poderemos ir a votos, legitimados por um congresso antecipado. Façamos sem medos ou receios porque o histórico e o legado social-democrata contraria qualquer tibieza que possa existir e sem muletas apensas. É crucial garantir a participação ativa das partes interessadas locais em todas as etapas do processo de desenvolvimento, promovendo a inclusão, a transparência e a responsabilidade. Uma abordagem holística e colaborativa geralmente leva a resultados mais sustentáveis e impactantes.

Que até lá se apresente quem se achar capaz, mas que seja igualmente capaz de unir e vincar a força do partido, que seja suficientemente capaz de prolongar tudo aquilo que está à vista de todos os madeirenses. E não me choca nada se aqueles que foram injustiçados sejam a solução.

2. Ontem reuni com o Presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, em funções, e nesse encontro voltei a alertar para a necessidade de uma intervenção no que acontece diariamente no parque de estacionamento automóvel da baía. É necessário encontrar uma solução a contento de todos antes que seja tarde. O que não pode acontecer é o espetáculo que assistimos em plena luz do dia sempre que um automobilista tenta parquear o seu carro.