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Estónia alerta que NATO tem de se preparar enquanto Putin intensifica "máquina de guerra"

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Foto Kenzo TRIBOUILLARD / AFP

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia alertou hoje que a NATO tem cerca de três ou quatro anos para fortalecer as suas defesas, enquanto o Presidente russo Vladimir Putin intensifica a "máquina de guerra" do seu país.

Margus Tsahkna realçou, numa conferência de imprensa durante uma visita à capital da Polónia, que a Estónia não vê a Rússia como uma ameaça imediata para si e para os outros estados bálticos, Lituânia e Letónia, porque Moscovo está ocupado com a sua invasão em grande escala à Ucrânia.

"Mas temos de compreender que a máquina de guerra russa começou em plena escala, as capacidades de produção e a mentalidade também, porque Putin está a controlar tudo agora", lembrou, em declarações ao lado do seu anfitrião, o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radek Sikorski.

Tsahkna referiu que o Governo da Estónia estima que poderá levar "três a quatro anos" para a Rússia preparar um "teste para a NATO", aliança da qual Portugal faz parte.

A Estónia, a Lituânia e a Letónia são consideradas entre os alvos mais prováveis se a Rússia um dia decidir arriscar um ataque à aliança militar.

A vizinha Polónia, embora muito maior, também se sente vulnerável, sendo que todos estes quatro países são firmes apoiantes da Ucrânia.

À medida que aumentam as tensões entre a Rússia e o Ocidente devido à guerra, foi divulgado esta terça-feira que a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, foi colocada numa lista de procurados na Rússia, devido aos seus esforços para remover monumentos da era soviética da Segunda Guerra Mundial.

Kallas considerou a medida uma "tática de intimidação familiar" de Moscovo e o Ministério das Relações Exteriores da Estónia realçou hoje, em comunicado, que convocou o responsável pela diplomacia russa no país báltico para manifestar indignação.

Tsahkna e Sikorski sublinharam também hoje a importância de manter um forte apoio à Ucrânia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia recordou ainda como, em 2017, quando era ministro da Defesa, a Rússia enviou 120 mil soldados para além da fronteira dos estados Bálticos.

Desde então, estas tropas foram enviadas para a Ucrânia, onde muitos morreram.

Isto prova que "a Ucrânia não está a lutar por nós, mas sim em vez de nós", frisou Tsahkna.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.