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Foto Joana Sousa/Aspress
Explicador Madeira

EMIR é activada quando há iminente risco de vida

Equipa Médica de Intervenção Rápida faz 25 anos no próximo mês

A Equipa Médica de Intervenção Rápida (EMIR) celebra no próximo mês 25 anos de existência. Neste período, os madeirenses habituaram-se a ver as viaturas deste serviço da Protecção Civil a caminho de situações urgente e muitas vidas foram salvas pelos médicos e enfermeiros que constituem as suas equipas. Mas, afinal, em que casos se justifica a activação da EMIR?

O médico cirurgião cardiotorácico António Brazão é coordenador da EMIR e do Serviço de Emergência Médica Regional (SEMER). Este responsável explica que o SEMER dispõe de uma organização interna que contempla estruturas com funções distintas. Uma das estruturas é a EMIR, que é constituída por equipas diferenciadas na abordagem multidisciplinar de vítimas acometidas de doença/lesão súbita grave, como manifestação inicial ou agravando doença pré-existente, num contexto individual ou em cenário de multivítimas, vocacionada para proporcionar uma estabilização que permita o transporte seguro para a unidade de saúde mais próxima com capacidade para dar continuidade aos cuidados prestados. Outra estrutura é o Sistema de Triagem e Aconselhamento Telefónico do Centro Integrado de Comunicações (STAT-CIC), que é constituída por uma equipa diferenciada na triagem de doentes, proporcionando a disponibilização dos meios de socorro mais adequados a cada caso, incluindo o aconselhamento e o seguimento à distância de situações particulares que não exigem accionamento de outros meios do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM).

As chamadas do 112 direcionadas para o STAT-CIC são atendidas por um enfermeiro que localiza correctamente a ocorrência e conduz o interrogatório seguindo algoritmos pré-estabelecidos, cujos fluxogramas vão permitir reconhecer a gravidade da situação e adequar o acionamento dos meios de socorro à priorização determinada.

Esta triagem permite estabelecer quatro níveis de prioridade, que implicam uma correspondente afectação de meios:

1.      P1 – Cuidados Emergentes – Activação de Ambulância de Socorro e da EMIR – Situações de emergência onde há risco iminente/estabelecido de vida. O tempo de resposta deve ser de até 1 minuto desde o alerta.

2.      P2 – Cuidados Urgentes – Activação de Ambulância de Socorro até 10 minutos – Situações de urgência com possível risco de vida associado. Ocorrência acompanhada à distância pela EMIR, que a qualquer momento pode decidir mobilizar-se para o local.

3.      P3 – Cuidados Não Urgentes – Activação de um meio até 60 minutos – Situação não urgente, tempo de resposta até 40 minutos desde o alerta. É motivo para activação de ambulância de socorro.

4.      P4 – Situações Não Urgentes – Sem critério de envio de equipas de emergência. O tempo de resposta deve ser até 120 minutos desde o alerta. Deve ser sugerida a activação  de meios próprios ou reencaminhamento para consulta de recurso. Nestas situações o enfermeiro deve voltar a ligar ao fim de 60 minutos para averiguar a evolução.

O Sistema de Triagem e Aconselhamento Telefónico do Centro Integrado de Comunicações recebe anualmente uma média de 28.000 chamadas telefónicas com pedidos de socorro no âmbito da emergência médica. Destas chamadas, cerca de 19% correspondem a situações de emergência (P1) onde há risco iminente/estabelecido de vida, exigindo resposta imediata, com mobilização de uma ambulância de socorro e da EMIR.

Cerca de 56% das chamadas correspondem a situações de urgência (P2) com possível risco de vida associado, exigindo a rápida mobilização de uma ambulância e, em muitos, casos também da EMIR.

As restantes chamadas são classificadas como situações não urgentes (P3 e P4).

As situações de Cuidados Emergentes implicam a mobilização da EMIR, tal como acontece muitas vezes com os casos de Cuidados Urgentes. Há, contudo, que contar com as limitações dos meios disponíveis. As viaturas e as equipas de médicos/enfermeiros podem não estar disponíveis em casos de urgências em simultâneo.

Relativamente ao tipo de ocorrência, a doença súbita do foro médico é a mais frequente, representando cerca de 62% dos casos, englobando diversas entidades, como o enfarte agudo do miocárdio, as infecções diversas ou os acidentes vasculares cerebrais, estando neste grupo as paragens cardiorrespiratórias, contribuindo com cerca de 4% das activações. O trauma corresponde a cerca de 13% dos acionamentos e em cerca de 17% das chamadas estão em causa aspectos relacionados com aconselhamento.