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Madeira

IL-Madeira questiona Rui Barreto e Rogério Gouveia sobre o PIB

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A representação parlamentar da Iniciativa Liberal na Assembleia Legislativa da Madeira endereça algumas questões ao secretário regional de Economia, Mar e Pescas, Rui Barreto, e ao secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia, sobre as "maravilhas do PIB regional".

Em nota enviada, o partido começa por questionar: "Aceitando os dados que demonstram que o PIB tem vindo a aumentar, porque é que isso não beneficia a maioria dos madeirenses, melhorando-lhes o poder de compra e a qualidade de vida?", perguntando: "Apesar de termos um PIB tão alto, é ou não é a distribuição de rendimentos muito deficitária, pois o dinheiro não chega às famílias?".

Continuando: "Está ou não a riqueza regional na mão de muito poucos e, assim, a maior parte dos madeirenses não colhe benefícios de um PIB mais alto? Porque é que não se nota o efeito de um PIB mais alto nos serviços de saúde (mega listas de espera), na educação (dirigismo da Secretaria da tutela ao invés de autonomia das escolas), e nas infraestruturas (a precisarem, muitas delas, de rápida intervenção ou feitas baseadas em “achismos”)? O crescimento do PIB está sustentado numa monocultura do turismo. Se vier aí uma crise (e estas são cíclicas), o que está previsto fazer para combater o facto de vivermos suportados em dois sectores: turismo e construção? Que estratégia está prevista para aumentar a diversificação da economia?".

"Que passos foram dados até agora no sentido da criação de um sistema fiscal próprio? Foram feitos estudos que atestem das razões do aumento do PIB? Se sim, que estudos? Verificou-se se há alguma influência do crescimento de dívida, pública e/ou privada, no crescimento do PIB, pois isso pode levar a problemas económicos futuros? Colocar uma ênfase excessiva no crescimento do PIB não pode levar a políticas que buscam ganhos a curto prazo em detrimento do bem-estar a longo prazo?", questiona ainda.

Por fim pergunta: "É por demais evidente que não há o cuidado de medir os indicadores de bem-estar. Não medimos fatores como a distribuição das horas de trabalho, produtividade, níveis de stress, segurança nas suas múltiplas valências, acesso ao lazer e à cultura, a qualidade ambiental, fatores de precariedade, erosão de valores sociais e culturais, diminuição de solidariedade, desigualdade e marginalização, falta de oportunidades, causas de imigração, desfavorecimento, negligência social, etc. Não é tempo de associar crescimento a estes importantes indicadores?

O partido conclui afirmando que aguarda a resposta.