Geringonça regional
O líder do PS madeira, Paulo Cafofo, anunciou à saída do Palácio de São Lourenço que estava a preparar uma geringonça regional como solução de Governo para a Madeira. Depois de, pela enésima vez, ter pedido eleições, quando elas se realizaram há, apenas, 4 meses, com uma clamorosa derrota do PS, eis que o candidato vai-vem se propõe encabeçar uma coligação do tipo daquela que o levou a Presidente da Câmara do Funchal e que acabou tudo em cacos, com cada partido e vereador para seu lado, incluindo entre os socialistas. Estávamos bem arranjados se isto se repetisse.
Mas a questão é saber como Paulo Cafofo pode defender acerrimamente eleições quando, ainda, pertence, a um governo, agora em gestão, que há pouco tempo perante a suspeita judicial sobre António Costa e a sua consequente demissão, queria indicar o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno para primeiro-ministro. Então o que era válido para a república não se aplica na Madeira? Talvez por isso é que, avisadamente, o líder nacional, Pedro Nuno Santos, não tenha defendido a realização de eleições na região.
Um pedacinho de coerência não ficaria mal a quem não há maneira de cumprir um mandato até ao fim e é candidato a tudo.
Maria Pereira