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Madeira

JPP assume compromisso com pescadores para melhores condições e quotas maiores

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Foi pela voz de Ricardo Melim, número dois da lista do JPP à Assembleia da República, que hoje o partido foi a Câmara de Lobos assumir um compromisso com os pescadores, garantindo que não vai abandonar a classe e que vai lutar por melhores condições e por maiores quotas de pesca.

Ricardo Melim disse trabalhar com os pescadores há 25 anos, conhecendo, por isso, as suas dificuldades e problemas, que não têm merecido a devida atenção por quem de direito, nomeadamente pelo Governo Regional.

O candidato acredita que as pessoas não têm noção da vida dura de um pescador, das vezes que “já viram companheiros morrerem no mar, e das vezes que eles próprios olharam a morte nos olhos.”

E a estas dificuldades, junta-se o facto de estarem abandonados pelo Governo Regional, “que meteu a Secretaria das Pescas junto com a Economia” e entregou o setor a um secretário regional “que não sabe distinguir um pargo de uma garoupa”.

Mas, além de abandonados pela tutela, são também mal defendidos pela associação que os devia defender, até pelas cotas que recebe dos pescadores, mas o que a Coopesca faz é “apenas defender-se a si mesma”.

Perante este cenário de abandono dos pescadores por parte de quem os devia defender e ouvir, Ricardo Melim escolheu três temas que preocupam os pescadores. O primeiro é a reduzida quota de pesca do atum patudo. Em 2010 estava nas 5500 toneladas e hoje está nas 2600.

“Estes homens andam a deixar de pescar em maio. Estão sete meses à espera para trabalhar, com contas para pagar, filhos para criar e famílias para sustentar”, realçou, recordando que Portugal tem uma das maiores linhas de costa e uma das menores quotas, pelo que defende que o país devia reivindicar e ter um maior poder negocial ao nível europeu.

Ricardo Melim disse ainda não entender porque razão os pescadores da Madeira não recebem apoio do POSEI, criado para apoiar pescadores de zonas ultraperiféricas. “Todos os pescadores de peixe fino, no país e nos Açores, recebem esse apoio. O pescador de peixe fino na Madeira não recebe. Não sabemos porquê, mas o JPP vai inquirir as autoridades competentes para sabermos o porquê desta injustiça”, garantiu.

Por último, Ricardo Melim denunciou que a frota de pesca ao peixe espada preto está dez anos ultrapassada, fazendo com que os pescadores vão para o mar sem condições de trabalho e de segurança. “Arriscam a vida todos os dias. Eles sabem que vão, mas não sabem se voltam”.

O candidato disse que havia a expetativa de ser inscrita uma verba no orçamento para renovação da frota, mas o JPP quer saber se essa verba é apenas para enfeitar a sala ou para arrancar com o processo de renovação da frota como os pescadores precisam e merecem, porque a vida do mar é dura.

“Precisamos de olhar com seriedade para o setor das pescas, precisamos de uma secretaria regional que seja forte e que tenha um secretário regional que perceba de pescas, que fale com estes homens, que dê a cara e que os oiça”, salientou, garantindo que o JPP nunca mais vai largar este tema das pescas.  “Podem estar abandonadas pela secretaria, pela Coopesca. Por nós, não vão ser abandonados”.