ONG pede proteção internacional para mais de 500 mil afegãos expulsos do Paquistão
Mais de meio milhão de afegãos expulsos do Paquistão desde setembro enfrentam uma crise humanitária nos próximos meses e arriscam cair no esquecimento sem uma operação internacional que os proteja, alertou hoje o Internacional Rescue Committee.
O Afeganistão, refere a ONG, acolhe neste momento mais de seis milhões de deslocados e o seu sistema de saúde está sobrecarregado até ao limite.
O governo paquistanês justificou a ordem de expulsão como uma medida para evitar ataques terroristas no seu território, depois de meses de tensões com os governantes talibãs do Afeganistão em torno de ataques transfronteiriços que Islamabad atribuiu a militares islâmicos que operavam a partir do lado afegão.
"O mundo não pode dar-se ao luxo de perder a atenção sobre o Afeganistão, que ainda está a recuperar de décadas de conflito, crise económica, seca contínua e recentes terramotos devastadores", alertou o IRC.
Para a ONG, o país "continua a ser uma mistura tóxica de pobreza e de consequências de décadas de conflito armado que moldaram a sua recente história enquanto nação".
"Num momento em que o financiamento para o Afeganistão está a diminuir, precisamos urgentemente que a comunidade internacional intensifique o seu apoio para que organizações humanitárias, como o IRC, possam continuar a fornecer abrigo, alimentos e cuidados médicos a estas comunidades vulneráveis, tanto no Afeganistão, como no Paquistão", conclui.