Portugal procura título europeu embalado pela campanha no Mundial de Rugby
Portugal procura, a partir de sábado, o segundo título europeu no Rugby Europe Championship 2024 (REC24), embalado pela histórica campanha no Mundial França2023, mas a iniciar um processo de renovação de jogadores e equipa técnica.
A visita à Bélgica, na primeira jornada do Grupo B, será o primeiro encontro dos 'lobos' após a vitória sobre as Fiji (24-23) e a seleção lusa, que venceu a competição uma única vez, em 2004, pretende dar continuidade aos bons desempenhos conseguidos em França.
Terá de o fazer, no entanto, sem vários jogadores que estiveram, então, às ordens de Patrice Lagisquet, que também saiu após a competição.
A primeira convocatória divulgada pela Federão Portuguesa de Rugby (FPR) após o Mundial incluía apenas 22 dos 33 jogadores que estiveram no França2023, mas vários jogadores 'caíram', entretanto, dessa lista por motivos profissionais ou por lesão.
De acordo com o boletim clínico divulgado esta semana pela FPR, pelo menos José Lima, José Madeira, Nuno Sousa Guedes e Steevy Cerqueira vão falhar os primeiros encontros por lesão.
Além disso, Portugal 'ataca' o REC24 com uma equipa técnica provisória, composta por um tridente de 'consultores' da World Rugby, liderado pelo antigo selecionador da Argentina, Daniel Hourcade, e que inclui ainda os antigos selecionadores de Uruguai e Brasil, Esteban Menses e Rodolfo Ambrósio, respetivamente.
João Mirra surge no 'organigrama' técnico como "treinador" e assegura a transição entre Patrice Lagisquet, o atual tridente técnico e o futuro selecionador, que ainda não foi escolhido pela FPR, após a aposta falhada em Sébastien Bertrank, que não durou mais do que um mês no cargo.
Dois dos principais adversários de Portugal na competição, Geórgia e Roménia, também aproveitaram o pós-Mundial para renovarem as suas equipas técnicas, mas fizeram-no já de forma definitiva.
Na Geórgia, Levan Maisashvili, que liderou os 'lelos' em históricos triunfos sobre País de Gales e Itália, cedeu o seu lugar a Richard Cockerill, enquanto a Roménia apostou numa cara bem conhecida dos portugueses: David Gérard, que coadjuvou Patrice Lagisquet no Mundial como treinador de avançados.
O reencontro de Gérard com os 'lobos' está agendado para 17 de fevereiro, em Bucareste, e deve definir o vencedor do Grupo B do REC24, meta importante para garantir a disputa das meias-finais, em casa, contra o segundo classificado do Grupo A.
Previsivelmente será a Espanha, que mantém Pablo Bouza no comando técnico e inicia um novo ciclo de forte aposta no apuramento para o Mundial, depois de o ter conseguido nas últimas duas edições e de, em ambas, ter sido afastada devido a irregularidades na utilização de jogadores naturalizados.
Desta forma, e após a alteração de formato implementada em 2023 ao antigo torneio das 'Seis Nações B', agora disputado por oito seleções, o Grupo A será disputado por Geórgia, Espanha, Países Baixos e Alemanha.
No Grupo B, para além de Portugal e Roménia, jogam ainda a Polónia e a Bélgica, primeiro adversário dos 'lobos' no novo ciclo que se pretende que termine com a qualificação para o Mundial Austrália2027.
O REC24, no entanto, ainda não conta como apuramento para o próximo Mundial, que será pela primeira vez disputado por 24 seleções.
E a World Rugby ainda nem sequer divulgou como serão distribuídas as 12 vagas que restam após os primeiros três classificados de cada um dos quatro grupos do França2023 ter garantido automaticamente o apuramento.
Portugal visita a Bélgica no sábado, no Stade Charles Tondreau, em Mons, em encontro da primeira jornada do Grupo B do REC24, com início previsto para as 19:00 (hora de Lisboa) e arbitragem do georgiano Saba Abulashvili.
O Rugby Europe Championship é o principal torneio europeu de seleções, com exceção do torneio das Seis Nações, que é uma competição privada.
O antigo torneio das 'Seis Nações B', disputado por oito seleções desde 2023, disputa-se anualmente e é considerado o Campeonato da Europa da modalidade.
Portugal venceu o torneio em 2004 e sagrou-se vice-campeão no ano passado, após perder a final, em Badajoz, frente à Geórgia (38-11), seleção que domina o historial da competição com 15 títulos em 21 edições.