Faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço
Aquele exemplo de moralidade e ética republicana que é o JPP está sempre pronto a apontar o dedo para tudo o que se mexe e não mexe, mas depois autoriza, pela calada, nas costas da população, um posto de abastecimento de combustível bem no meio de uma das zonas mais densamente povoadas da Madeira: a zona do Garajau, no Caniço.
Todo este processo é no mínimo estranho. Primeiro, o licenciamento de uma obra que apresenta os múltiplos riscos inerentes a um posto de abastecimento, com tanques de combustível, manobras de abastecimento de camiões-cisterna, armazenamento de botijas de gás.
Isto para não falar do consequente aumento do tráfego automóvel numa zona residencial, com evidente prejuízo para os moradores.
Depois, a forma como o processo tem sido conduzido pela câmara de Santa Cruz, sem dar qualquer explicação aos moradores da zona, agindo no maior secretismo e, coisa rara num partido como o JPP que fala sobre tudo e mais alguma coisa, no mais completo silêncio.
Em terceiro lugar, o interesse público de um posto de abastecimento naquela zona. A 500 metros tem a Cancela, e ainda tem outra no Caniço de baixo e as da via rápida a cinco minutos.
Por último, perceber, a bem da transparência, qual o interesse que um dos membros destacados da junta de freguesia do Caniço, cuja família está no negócio do abastecimento automóvel no Caniço, terá naquele investimento que o JPP, contrariando a vontade da população, quer à força que seja feito.
Rúben Coelho