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Votaria a favor?

Ontem, dia 9 de dezembro, dia internacional contra a corrupção, foi rejeitado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira o Orçamento Regional para o ano de 2025. Apenas os deputados do PSD e do CDS votaram a favor. O resultado desta votação carece de uma breve reflexão, sobre os verdadeiros objetivos deste orçamento.

1. Este era um orçamento do PSD e para o PSD. Um orçamento que continuava a defender interesses instalados e para perpetuar Miguel Albuquerque no poder e (des)governação da Madeira.

Ora, o leitor votaria a favor de um orçamento que visava manter no Governo da Região, 4 Secretários Regionais, constituídos arguidos e suspeitos de corrupção, indiciados no âmbito de um processo de investigação sobre corrupção na Madeira? Votaria a favor de um orçamento que tem por objetivo manter no poder um presidente do governo suspeito de corrupção? Um presidente que não cumpre o que diz. Que vive num mundo de intenções e que não cumpre aquilo que promete!

2. Este era um orçamento para apoios a alguns! Veja-se por exemplo, a recente Associação de Turismo do Monte, presidida por Pedro Calado (PSD), que estava apenas criada no papel, mas na sua conta bancária já o Governo Regional de Miguel Albuquerque depositava 150 mil euros!

3. Era um orçamento que apostava mais no golfe do que na saúde das pessoas. Veja-se a construção de uma lagoa na Ponta do Pargo! Não era com pena dos agricultores ou para os ajudar a regar no Verão! Mas sim para ter água para regar a relva do campo de golfe (onde o Governo Regional já injetou mais de 20 milhões de euros).

4. Este não era um orçamento para combater de forma séria e eficaz as listas de espera para cirurgia. Era para continuar a obrigar os doentes que estão em lista de espera a irem ao privado para resolverem o seu problema de saúde.

5. Este era um orçamento de um Secretário Regional da Saúde e Proteção Civil, que vai de férias enquanto a Madeira está a arder. Um orçamento para a Saúde muito aquém do desejado e necessário para resolver, minimamente, os problemas deste setor.

6. Um Orçamento sem visão de futuro, com medidas apenas para o imediato e para dar continuidade ao rol de nomeações. Milhões e milhões de euros paga este governo só em nomeações de “pessoas de confiança” do PSD e CDS (leia-se, amigos!).

7. Era um orçamento despesista, para pagar dívida que o PSD e CDS estão sempre a acumular, e de gastos ao desbarato enquanto há dinheiro do PRR e de outros fundos comunitários. Quando se esgotarem alguns destes apoios é certo que faltarão verbas para investimento.

8. Um orçamento com investimento para a habitação, provenientes dos milhões e milhões de euros do PRR, mas que desde junho até agora já reduziu a construção em menos 300 habitações do que estava inicialmente previsto. O dinheiro vai e a obra diminui!

Muito mais haveria a dizer para não se cair na tentação de ir atrás da lengalenga dos anunciadores da desgraça (afetos ao PSD e com cartão laranja) e não se passar um cheque em branco a este governo do PSD que a partir de agora passará a fazer um papel de vitimização e de bonzinho. Mas o Povo sabe e vive uma realidade que não é a realidade do Governo de Miguel Albuquerque nem do PSD.