A Madeira tem futuro!
Imaginemos um Governo onde metade dos seus membros, incluindo o seu presidente, foram constituídos arguidos por suspeitas de corrupção. Suspeitas de corrupção em diferentes processos, relativos a casos graves da sua governação. Presume-se que qualquer cidadão pensaria que tal gravidade e circunstâncias ditariam um mínimo de decência política, e a demissão imediata de funções por iniciativa desses próprios governantes. Esse Governo em qualquer sítio do mundo não teria quaisquer fantasias de tentar sobreviver.
Claro que o PSD Madeira, depois de quase 50 anos de absolutismo no poder regional, subjugando a maioria da população através da sua rede de cumplicidades empresariais, políticas e associativas, seja através da ameaça sobre os empregos das famílias, seja através da mais cacique intimidação pessoal, continua a julgar que não se aplica as regras normais de um Estado de Direito Democrático.
Para Miguel Albuquerque ser arguido, por estar a ser investigado num caso de corrupção, é uma bênção… os secretários regionais arguidos por estarem a serem investigados em outros casos de corrupção é a coisa mais normalíssima do mundo…
Não há outra hipótese perante o cenário político da Região que não seja haver novamente eleições. E por muito que se diga que ninguém quer eleições, isso não deixa de ser uma mentira. Uma grande maioria não quer a continuação do ainda Governo Regional, pelo que tem de haver eleições. Os madeirenses e porto-santenses terão a oportunidade de definir o seu futuro, democraticamente e legitimamente.
O atual regime passa os dias a arranjar justificações e desculpas, normalmente em relação ao PS Madeira, dos males da região, como se não governassem nem fossem os responsáveis por tudo o que está a acontecer. Pois não passam disso mesmo, são desculpas, muitas vezes infantis, para tentar justificar a sua sobrevivência política.
Se temos instabilidade política a responsabilidade é única e exclusivamente do PSD, mesmo que seja ajudado por soldadinhos de chumbo que estendem sempre a mão em troca de meio prato de lentilhas na ALRAM e empresas regionais.
Os casos de corrupção existem, estão a ser investigados, acusações estão a ser preparadas, foram constituídos arguidos, imunidades foram levantadas, haverá consequências seja qual for a decisão da Justiça.
Cabe igualmente ao maior partido da oposição a responsabilidade de liderar o processo de mudança política. O PS Madeira com a liderança de Paulo Cafôfo tem sido assertivo perante a instabilidade criada pelo PSD e Miguel Albuquerque.
Tem de haver alternância democrática para voltarmos à normal vivência democrática, para um novo ciclo político onde se alcance novos objetivos, novas ambições, com novos protagonistas, certamente com muitos erros como em qualquer mandato político, mas com a certeza que se quebra as amarras da corrupção, do conluio e das redes que sustentam um regime que apodreceu e já não tem nada para oferecer à Região e a quem aqui vive e trabalha.
Ontem foi chumbado pela primeira vez a proposta de Orçamento Regional. Seguindo-se a previsível viabilização da Moção de Censura, devolva-se a palavra aos eleitores. É preciso mudar!