Londres vigilante antes de retirar rebeldes sírios da lista de grupos terroristas
O Governo britânico disse hoje que vai estar atento aos desenvolvimentos na Síria antes de retirar o grupo rebelde islamita Hayat Tahrir al Sham (HTS), responsável pela queda do regime de Bashar al-Assad, da lista de organizações terroristas.
A declaração do executivo britânico foi feita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy.
"Até agora, a HTS tem oferecido garantias às minorias em Alepo, Hama e Damasco, tendo-se também comprometido a cooperar com a comunidade internacional no controlo das armas químicas. Julgaremos a HTS pelos seus atos, acompanhando de perto a forma como eles e outras partes neste conflito tratam todos os civis nas zonas que controlam", vincou o chefe da diplomacia britânica.
A HST, ou Organização de Libertação do Levante, que liderou os rebeldes que derrubaram Bashar al-Assad no fim de semana, prometeu, nos primeiros comunicados, tolerância para com as diferentes seitas e credos do país e avisou os seus membros para evitarem maltratar ou atacar civis.
O grupo foi acrescentado à lista de organizações terroristas em 2017 por ter sido considerado um pseudónimo da Al-Qaida.
"O Reino Unido e os nossos aliados passaram mais de uma década a combater o terrorismo na Síria [e este] continua a ser uma das ameaças terroristas mais significativas para o Reino Unido, os nossos aliados e os nossos interesses no estrangeiro", afirmou o ministro.
"Levamos a sério o nosso dever como governo de proteger o público desta e de outras ameaças terroristas", prosseguiu.
Nas mesmas declarações, David Lammy disse que o Governo britânico tem três prioridades: a proteção de todos os civis, incluindo, as minorias, garantir um acordo político inclusivo e negociado e evitar uma escalada do conflito na região do Médio Oriente.
"Se quisermos alcançar um futuro melhor para os sírios, devemos deixar que sejam eles próprios a determinar o seu futuro", defendeu.
Depois de uma ofensiva relâmpago iniciada pela oposição ao regime, os rebeldes declararam este fim de semana a capital da Síria, Damasco, livre de Bashar al-Assad, que esteve 24 anos no poder.
A ofensiva foi realizada em menos de duas semanas por uma coligação liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante, juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia.
A HTS, herdeira da Frente al-Nusra, uma antiga filial da Al-Qaida na Síria, é uma organização política e paramilitar 'jihadista', de orientação sunita.
A par do Reino Unido, é considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos, Canadá e pela União Europeia.