Coordenador da Nova Direita já foi candidato pelo Livre e CDU?
No passado sábado o partido Nova Direita (ND) apresentou o núcleo da Madeira. Uma novidade. Terá como coordenador Paulo Ricardo Azevedo. A apresentação desta força partidária na Região teve honras da presença da líder nacional e de outros dirigentes do partido que nasceu em Janeiro deste ano.
Ossanda Liber veio à Madeira vincar que o ND concorrerá às próximas eleições regionais e entre as considerações fez questão de enaltecer o percurso do novo dirigente. O rosto de Azevedo foi reconhecido e houve quem recordasse que já foi candidato por dois partidos diferentes, curiosamente de esquerda. Será verdade?
Antes de lá irmos vamos ao que diz a página oficial do ND. Logo na abertura do site lê-se a identidade e essa fica perfeitamente clara: “Somos de direita. Sem medo nem complexos. Sem hesitações. Somos uma direita moderna, solidária e nacional. Somos de direita porque queremos conservar. Por querermos proteger. Por querermos avançar”.
Num parágrafo apenas sublinha-se, por três vezes, o espectro político e o posicionamento do ND. À direita. Portanto, com uma visão política totalmente diferente do que defendem os partidos de esquerda, como são os casos do Partido Comunista ou o Livre. E porquê estes dois partidos?
Em 2022, Paulo Ricardo Azevedo foi candidato pelo Livre às Legislativas de 2021. Era terceiro da lista liderada por Tiago Camacho. Na página do partido, ainda online, confessava o seguinte: “Sou e sempre fui de esquerda, sempre lutei pelos direitos e melhores qualidades de vida dos madeirenses, pelo direito ao emprego, a saúde, educação. Não podemos continuar a ser considerados um povo de terceiro mundo que vive com pouco e fica feliz. Eu olho para os jovens e preocupa-me o futuro dos mesmos, por isso a razão da minha luta”.
No mesmo perfil não escondeu que esteve ligado ao PCP com “actividades” partidárias “desde 2013 a Outubro de 2021”, de resto chegou a ser eleito pela lista da CDU à Assembleia de Freguesia de São Pedro onde foi cabeça-de-lista à Junta. Chegou a ser um militante activo por esta localidade denunciando constrangimentos quer da liderança socialista quer igualmente por gestão dos social-democratas.
Admite o gosto de estar na política e considera-se “um defensor dos direitos e qualidades de vida dos portugueses em geral”. Em 2021, o mesmo Paulo Azevedo denunciava falsas promessas da Câmara Municipal do Funchal apontando lacunas à "falta de saneamento básico em zonas densamente povoadas como a Levada dos Moinhos. Nessa altura vestia a camisola da CDU.
Aproveitou o momento para recordar o papel decisivo da CDU em São Pedro na resolução de diversos problemas da população, como por exemplo "a colocação das bocas de incêndio em locais estratégicos na Levada dos Moinhos, a colocação de iluminação em zonas de fraca visibilidade como por exemplo no Beco Escuro, em São João, a limpeza dos espaços ajardinados do Bairro do Hospital, e a recuperação do Parque Infantil”.
O eleito da CDU na Assembleia de Freguesia de São Pedro e cabeça-de-lista nestas eleições recordou que quando está no terreno é "várias vezes" abordado pelas pessoas para resolver problemas.
Passado este tempo, está comprometido com a líder do ND, Ossanda Liber que afirmou recentemente que o ND poderia fazer a ponte entre o PSD e o Chega. O Nova Direita identifica-se como conservador, de direita moderna, promete reverter a eutanásia, lutar contra a cultura Woke e adoptar uma política de imigração controlada e selectiva.