Pesca de bacalhau numa área da NAFO reabre após 32 anos
O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, anunciou hoje a reabertura, após 32 anos, de uma zona pesca de bacalhau junto ao Canadá, e garante que os dados científicos atuais contrariam a proposta de corte no goraz.
Em declarações à Lusa, José Manuel Fernandes referiu que o corte de 35%, para as 399 toneladas, das capturas de goraz em águas dos Açores, proposto em 31 de outubro pelo executivo comunitário, se baseia em dados científicos de 2021.
"Esse corte é baseado em dados científicos de 2021 e não refletem a recuperação" do goraz entretanto observada, salientou o ministro, falando à Lusa, em Bruxelas.
"Se fosse para decidir só com base em pareceres científicos, um algoritmo e a inteligência artificial dispensavam aquelas reuniões e decidia-se com base num algoritmo, sem uma intervenção política", destacou José Manuel Fernandes.
O pilar ambiental tem de estar ligado ao social e ao económico, quando se discutem as pescas, referiu, lembrando que nos Açores se usam muitas técnicas tradicionais de pesca.
O ministro anunciou ainda que, nas negociações internacionais, uma zona de pesca de bacalhau junto ao Canadá, nas águas NAFO, reabriu a pesqueiros da UE após 32 anos de pesca interdita.
As grandes dificuldades para Lisboa serão, para além dos cortes propostos, a separação entre a costa ocidental, onde a frota pesqueira portuguesa maioritariamente opera, e o estreito de Gibraltar (águas dominadas pela Espanha), da qual considera que Portugal sairá prejudicado.
Os ministros com a tutela das Pescas na UE iniciam na segunda-feira uma reunião que inclui o acordo sobre os TAC e quotas de várias unidades populacionais ('stocks') geridos por Bruxelas, negociações habitualmente difíceis.
Portugal está representado por José Manuel Fernandes e a secretária de Estado das Pescas, a madeirense Cláudia Monteiro de Aguiar.