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ONU promete manter-se na Síria, apesar da guerra civil

Foto  EPA/BILAL AL HAMMOUD
Foto  EPA/BILAL AL HAMMOUD

O escritório das Nações Unidas na Síria reafirmou no sábado que vai continuar a operar no país apesar da situação de guerra civil, mas decidiu deslocar pessoal "não essencial" para fora do país como "medida de precaução".

O coordenador da ONU no país, Adam Abdelmoula, afirmou em comunicado que "os recentes rumores de que a ONU está a evacuar todo o seu pessoal são falsos".

"A ONU continua firmemente empenhada em manter a sua promessa de prestar assistência vital ao povo da Síria neste momento crítico", acrescentou Abdelmoula.

A este respeito, o coordenador da ONU apelou às partes em conflito "para que cumpram as suas obrigações ao abrigo do direito internacional humanitário" e recordou que "os civis devem ser protegidos e os trabalhadores humanitários devem ser autorizados a realizar as suas missões sem obstruções".

"O acesso irrestrito e seguro às pessoas necessitadas é um requisito fundamental", acrescentou.

As hostilidades dos últimos dez dias na Síria deslocaram mais de 370.000 pessoas, muitas das quais procuram refúgio no noroeste do país "e outras permanecem encurraladas nas zonas da linha da frente, incapazes de escapar. As vítimas civis estão a aumentar, incluindo mulheres e crianças, sublinhando a necessidade urgente de uma ação humanitária coordenada", afirmou.

A este respeito, a ONU "continua operacional na Síria, com pessoal no terreno a assegurar a continuação dos esforços humanitários vitais, quer se trate da distribuição de água, alimentos ou assistência médica, estamos empenhados em chegar aos necessitados, onde quer que se encontrem", acrescentou.

Em 27 de novembro, uma aliança de grupos da oposição, liderada pelos islamitas da Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe), lançou uma ofensiva que conseguiu, em dez dias, conquistar um vasto território e as cidades de Alepo e Hama.

Estão agora a cercar a cidade de Homs, a norte de Damasco, um ponto estratégico que, se for tomado, deixará o governo de Bashar al-Assad em Damasco isolado das províncias marítimas onde tem a sua base de apoio social.

Paralelamente, nos últimos dois dias, outros grupos rebeldes tomaram o controlo das capitais de três províncias do sul da Síria e cercam agora Damasco pelo sul, que é o alvo final dos rebeldes e onde al-Assad permanece, confirmou hoje o seu gabinete.