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Hamas divulga vídeo de refém israelita a pedir pressão pela libertação

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O braço armado do Hamas publicou hoje um novo vídeo de um dos reféns sequestrado em 07 de outubro de 2023 durante o ataque do movimento islâmico palestino em Israel, a partir da Faixa de Gaza.

O vídeo, de aproximadamente três minutos e 30 segundos de duração, mostra um jovem a falar em hebraico a pedir pressão sobre o governo israelita para garantir a sua libertação.

"Estou a pagar o preço pelos seus erros", diz o refém Zangauker num vídeo em que pressiona constantemente para que Israel chegue a um acordo para libertá-los.

No vídeo, o jovem, cuja mãe é Eivan Zangauker, uma das figuras mais visíveis nos protestos em frente à casa de Benjamin Netanyahu para exigir um acordo para libertar os reféns, apela precisamente aos israelitas para que mantenham este tipo de protestos.

Nesse sentido, ele fala diretamente com a mãe, garantindo que está ciente das atividades dela.

"Manifestem-se em frente à casa do primeiro-ministro e não o deixem dormir um minuto" até que os reféns possam chegar em segurança às suas casas.

"Estamos a sofrer, é justo que ele e sua família sofram como nós", disse.

Na sombra, mas aparentando saúde, Zangauker denunciou as condições de vida em Gaza, marcadas pela falta de alimentos, produtos de higiene e água potável, situação que as organizações humanitárias têm vindo a denunciar ao longo do conflito.

A gravação, de há mais de uma semana, vem à tona quando tudo aponta para uma nova ronda de negociações para a trégua em Gaza, depois de confirmado o regresso do Qatar às negociações.

Até ao momento, Israel não anunciou o envio de uma delegação negocial ao Egito, embora se preveja a sua chegada na próxima semana.

O grupo islâmico publica periodicamente este tipo de vídeos como elemento de pressão sobre Israel.

Neste caso, Zangauker diz que está "a pagar o preço" pelos erros do seu país: "O Governo rejeitou-nos e continua a rejeitar-nos todos os dias", denuncia.

"Espero que façam o que puderem para mudar a situação e resgatar-me juntamente com o resto dos prisioneiros vivos e saudáveis", disse num apelo à população.

Em setembro, a mãe do jovem disse ter conhecimento de que ele estava detido com outros 10 reféns.

Fontes palestinianas revelaram à agência EFE, que o Hamas iniciou a contagem dos reféns israelitas vivos em Gaza, enquanto a população do enclave assegura que os drones de vigilância israelitas deixaram de sobrevoar os seus céus esta manhã, como aconteceu durante a trégua de novembro.

A fonte disse que altos funcionários do Hamas contactaram várias fações na Faixa de Gaza, para saber os últimos desenvolvimentos relacionados com os prisioneiros vivos, em preparação para a possibilidade de chegar a um acordo de troca o mais rapidamente possível.

Dos 251 sequestrados por milicianos de Gaza em 07 de outubro de 2023, 96 permanecem no enclave, enquanto as autoridades israelitas estimam que pelo menos 34 estão mortos.

Entretanto, o Ministério da Saúde do enclave, governado pelo Hamas, informou que pelo menos 52 palestinianos morreram e outros 142 ficaram feridos desde sexta-feira devido aos ataques israelitas na Faixa de Gaza.

Com estas vítimas, o total desde o início da guerra, em 07 de outubro de 2023, ascende a 44.664 mortes (cerca de 70% mulheres e crianças) e 105.976 feridos.

"Várias vítimas continuam sob os escombros e as equipas de proteção civil não conseguem alcançá-las", denunciou a o Ministério da Saúde, que estima que existam cerca de 11 mil desaparecidos nos escombros em todo o enclave.

O norte do enclave continua a ser um dos pontos mais atingidos, sofrendo durante mais de 60 dias um cerco e uma incursão israelita, que o Governo de Gaza estima ter causado mais de 3.700 mortos e desaparecidos.

Em Jabalia, uma das três cidades sitiadas no norte, juntamente com Beit Lahia e Beit Hanoun, um drone israelense matou duas pessoas que estavam na rua, segundo a agência de notícias palestina Wafa.

Na cidade de Gaza, também no norte mas fora do cerco, um ataque de aviões israelitas contra uma casa no bairro de Al Karama matou mais oito pessoas.

Outro ataque na cidade no início da manhã, que afetou as proximidades da escola Ahmed Shawqi, no bairro de Rimal, matou mais cinco pessoas

A capital de Gaza tornou-se o ponto de evacuação de milhares de residentes da área sitiada nos últimos dias, segundo imagens dos deslocamentos divulgadas esta semana.

A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA) estima que entre 65 mil e 75 mil habitantes de Gaza ainda se encontrem na área sitiada.

Ontem à noite, um bombardeamento israelita contra uma casa no campo de refugiados de Nuseirat, no centro do enclave, matou pelo menos 20 pessoas.

A organização islâmica Hamas está a realizar este sábado uma contagem dos reféns israelitas que permanecem em Gaza, garantiram à EFE fontes palestinianas, tendo em vista a nova ronda de negociações com Israel que terá lugar no Cairo na próxima semana.