Itália preparada para retirar os seus cidadãos da Síria
A Itália está preparada para retirar os seus cidadãos da Síria, à medida que os rebeldes islamitas pró-turcos e opositores do Presidente sírio fizerem progressos em direção a Damasco, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani.
O ministro italiano fez esta afirmação hoje num discurso à distância aos embaixadores italianos no Médio Oriente, Moscovo e Santa Sé.
"A embaixada está pronta para organizar as retiradas, e já temos pedidos, o Governo está pronto para fazer o que for necessário tanto com iniciativas nacionais como da ONU para a saída segura dos cidadãos", disse Tajani no final da reunião sobre a crise síria, na Unidade de Crise do seu Ministério, a partir da qual falou a todos os embaixadores italianos na região.
"Vamos garantir que todos aqueles que queiram sair da Síria o possam fazer", acrescentou, sem fornecer detalhes sobre os planos de retirada.
Tajani disse ter informado a primeira-ministra, Giorgia Meloni, sobre a situação naquele país do Médio Oriente, que tem sido cenário de conflito há quase 14 anos, por diferentes fações políticas, gerando sucessivas crises de refugiados.
"Informei detalhadamente a primeira-ministra sobre a evolução da situação na Síria e em toda a região no final da reunião com todos os embaixadores italianos", naquele país, mas também na Turquia e na Rússia, considerando útil "ter uma avaliação global do que está a acontecer também do ponto de vista político", disse Tajani, acrescentando que "obviamente a primeira preocupação é proteger a segurança dos 300 concidadãos que vivem na Síria".
A situação dos italianos na Síria está atualmente controlada, sublinhou Tajani.
"Neste momento não há preocupações" para os cidadãos italianos na Síria, disse Tajani, que é também vice-primeiro-ministro e líder do partido pós-centro-direita, fundado por Silvio Berlusconi (1936-2023) Forza Italia (FI).
"Alguns conseguiram sair do país. No entanto, todos estão em contacto com a nossa embaixada em Damasco. A situação dos nossos concidadãos está sob controlo", afirmou Tajani depois de se ter reunido, a partir do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Roma, com embaixadores no Médio Oriente, bem como em Moscovo e também os da Santa Sé, para discutir iniciativas políticas e diplomáticas para conseguir a cessação das hostilidades na Síria.
Os embaixadores em Damasco, Doha, Telavive, Amã, Beirute, Teerão, Bagdad, Abu Dhabi, Cairo, Riade, Ancara, Moscovo e a Santa Sé ligaram-se ao Ministério, em Roma, para falar com Tajani.
A retirada de religiosos e também de cidadãos italianos da Síria foi abordada nesta conversa.
"O objetivo que apoiamos é a solução política e não militar, que nos permite garantir a paz e a estabilidade na Síria, que é uma parte importante da estabilidade no Médio Oriente", defendeu o ministro dos Negócios Estrangeiros.
"Confiamos e apoiamos as discussões em curso em Doha e esperamos que a partir dessa reunião se possa encontrar um acordo com uma solução política, que encorajamos todas as partes a prosseguir", acrescentou.
Sobre a crise na Síria, acrescentou Tajani, há também "contacto constante" entre os parceiros do G7.
"Pedimos às partes em conflito que, em primeiro lugar, preservem a população civil. Falei com o Núncio Apostólico em Damasco e reiterei o nosso compromisso, com pedidos diretos ao ministro turco e através da nossa embaixada em Moscovo e das Nações Unidas à Federação Russa", disse Tajani.