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Comunidades Madeira

Trinidade e Tobago comemora hoje 190 anos da chegada dos madeirenses

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A comunidade madeirense radicada em Trinidade e Tobago e nas Caraíbas comemora hoje, dia 7 de Dezembro, os 190 anos da chegada dos madeirenses.

Foi a 7 de Dezembro 1834 quando chegaram no barco Stralhista, que partiu da Madeira com 28 passageiros (25 homens e três mulheres), provenientes do Funchal, Machico, Santa Cruz, Calheta e Porto Santo.

A efeméride será assinada com um encontro que se realizará on-line, pelas 14 horas de hoje, como adiantou a professora e investidora Jo-Anne Ferreira que é também conselheira das comunidades madeirenses do Caribe.

“O objectivo deste encontro é explorar os primórdios do povoamento português naquele destino de emigração, depois vamos ter contributos dos emigrantes e ainda destacar as tradições culturais e os costumes que moldaram as nossas comunidades,” explicou.

O encontro conta com a participação do director regional das Comunidades e Cooperação Externa e de membros do conselho da diáspora madeirense e ainda haverá depoimentos de descendentes de madeirenses.

A professora universitária Jo-Anne Ferreira salientou que este evento acontece 10 anos antes do bicentenário. Pois é uma reflexão sobre a nossa história que faz parte integral da história da diáspora madeirense e sobre as nossas raízes e sobre os nossos vínculos com a Madeira. Por isso, acha tal reflexão importantíssima.

Um outros dos anseios da comunidade é retoma das aulas de portugues, refere a conselheira e disse que "algumas pessoas já se inscreveram nas aulas de português (brasileiro) na Universidade onde eu ensino. Estamos a conversar com o Instituto Camões também para ver a possibilidade do ensino da língua.

Já a onda emigratória madeirense para a nação caribenha composta por duas ilhas, perto da Venezuela, remonta à centúria oitocentista. Uma época em que as crises agrícolas, o excesso demográfico e o recrutamento militar obrigatório que atingiram a Madeira, compeliram mais de dois milhares de madeirenses a emigrar para as Antilhas Britânicas, em particular para Trinidade e Tobago, para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar.

No início do século XX vários destes madeirenses ou seus descendentes, tornar-se-iam donos de pequenos comércios. Reminiscências que ainda hoje perduram em anúncios em Porto de Espanha, capital de Trinidade e Tobago: Camacho Bros., Ferreira Optical, padarias Coelho's, ou o famoso Rum Fernandes, uma bebida secular, entretanto vendida à multinacional Baccardi.

A presença madeirense em Trinidade e Tobago esteve ainda no alvorecer do século XX na base da criação da Associação Portuguesa Primeiro de Dezembro, um Clube Português cujo “objectivo de unir a comunidade madeirense e aumentar o seu prestígio na colónia inglesa”, constitui segundo Vítor Paulo Freitas Teixeira, que estudou este destino da diáspora madeirense, um “elo com o passado, e um tributo aos antepassados que fizeram um século XIX de presença madeirense na Ilha de Trinidade, e um reforço aos descendentes que continuaram a caminhada no século XX”.