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Canadá reforça presença no Ártico para fazer frente à Rússia

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Foto Reuters

O Canadá anunciou hoje que vai reforçar a sua presença militar e diplomática no Ártico, para combater a ameaça sentida pela Rússia e outros países que procuram estabelecer-se na região.

O governo canadiano está a considerar a possibilidade de enviar novos navios de patrulha, contratorpedeiros, quebra-gelos e submarinos capazes de operar nas calotas polares, bem como a utilização de mais aviões e drones.

O país já começou a trabalhar com os Estados Unidos para modernizar os seus sistemas de defesa continental, incluindo a vigilância dos limites setentrionais através de novos sensores marítimos e satélites.

O documento revelado pelo governo canadiano mostra que o Canadá procura, há anos, gerir o Ártico em cooperação com outros Estados e mantê-lo livre de conflitos militares, informa a AFP.

"No entanto, as salvaguardas que impedem os conflitos estão a ser cada vez mais postas à prova", afirmou Mélanie Joly, Ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, numa conferência de imprensa.

"O Ártico já não é uma região de baixa tensão", acrescentou, acusando a Rússia de ter projetos na região e de exacerbar as rivalidades geopolíticas.

A ministra referiu os esforços coordenados no norte do globo entre a Rússia e a China, que também está a tentar exercer uma maior influência na região.

O Ártico está a aquecer até quatro vezes mais depressa do que o resto do mundo, abrindo novas oportunidades para o transporte marítimo e a exploração de recursos como o petróleo, o gás e os minerais.

O maior acesso ao Ártico também aumenta os desafios em matéria de segurança, afirmou na sexta-feira o Ministro da Defesa canadiano, Bill Blair.

Segundo a AFP, o novo plano estratégico do Canadá apela ao reforço das capacidades militares para "conduzir e manter operações no Ártico".

O documento sublinha o recente aumento da atividade russa nas proximidades do espaço aéreo norte-americano e descreve também como "profundamente preocupante" a instalação pela Rússia no Ártico de sistemas de mísseis capazes de atingir a América do Norte e a Europa.

Na frente diplomática, o Canadá criará um novo posto de embaixador para o Ártico e abrirá consulados no Alasca e na Gronelândia.

Otava procurará também aprofundar a cooperação com o Japão e a Coreia do Sul no domínio do Ártico, acrescenta a AFP.