Serviço Secreto está a reinventar-se desde atentado contra Trump
O diretor interino do Serviço Secreto dos EUA realçou hoje que a agência está a "reorganizar e reinventar" a sua cultura e a forma como opera, após a tentativa de assassinato contra Donald Trump durante a campanha presidencial.
Membros de uma 'task-force' bipartidária da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso dos EUA) que investiga o atentado contra a vida de Trump questionaram Ronald Rowe sobre como os funcionários da agência poderiam ter ignorado as flagrantes vulnerabilidades de segurança que levaram ao tiroteio de 13 de julho, num comício republicano na Pensilvânia.
Rowe prometeu responsabilização pelo que chamou de "fracasso abjeto" da agência em garantir a manifestação em Butler, onde um homem armado abriu fogo a partir de um edifício próximo. Trump foi ferido na orelha, um participante no comício foi morto e outros dois ficaram feridos.
Outra tentativa de assassinato, dois meses depois, contribuiu para os problemas da agência. O atirador esperou horas que Trump aparecesse no seu campo de golfe na Florida, mas um agente do Serviço Secreto frustrou o ataque ao avistar a arma de fogo enfiada em arbustos.
A 'task-force' tem vindo a investigar ambas as tentativas, mas foi o tiroteio de 13 de julho que dominou a audiência de hoje.
O inquérito faz parte de uma série de investigações e relatórios que culparam a agência por falhas de planeamento e comunicação. A anterior diretora da agência demitiu-se e o Serviço Secreto aumentou as proteções para Trump, antes de o republicano vencer as eleições de novembro.
Rowe foi repetidamente questionado por congressistas que se manifestaram estupefactos sobre como foram permitidos problemas tão óbvios, incluindo, no caso do atentado contra Trump, as dificuldades de comunicação entre o Serviço Secreto e as autoridades locais que ajudam a proteger os eventos.
Esta é a segunda audiência pública da 'task force' e a primeira vez que Rowe se dirige aos seus membros em público. O painel tem até 13 de dezembro para divulgar o seu relatório final, embora Crow tenha dito que poderá ser divulgado na quinta-feira ou nos próximos dias.
A 'task force' realizou 46 entrevistas transcritas, participou em mais de uma dezena de 'briefings' e reviu mais de 20 mil documentos.
Os membros também visitaram o local de ambas as tentativas de homicídio e foram ao laboratório do FBI (polícia federal norte-americana) em Quantico, Virgínia, para examinar as provas.
Rowe disse na quinta-feira que a investigação interna da agência, cujas conclusões foram divulgadas no mês passado, identificou falhas de vários funcionários.
Referiu também que a qualidade do trabalho prévio - as pessoas que avaliam os locais dos eventos com antecedência - não cumpria os padrões da agência. E garantiu que aqueles que falhassem no trabalho serão responsabilizados.