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Madeira

"JPP e PS ultrapassaram todas as linhas vermelhas que tinham definido em relação ao Chega"

CDS critica a moção de censura do Chega e apela à responsabilidade política

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Após a reunião da Comissão Política e Conselho Regional, que reuniu, esta tarde, no Salão Paroquial da Igreja Matriz do Paul do Mar,  o CDS-PP denunciou o que considera ser "um triste espectáculo de irrealismo, irresponsabilidade e falta de sentido do bem comum", provocado pela moção de censura do Chega.

A moção, segundo o CDS, carece de fundamento político e coloca em risco o funcionamento do Governo Regional e a aprovação do Orçamento para 2025, essencial para a aplicação dos fundos europeus e o desenvolvimento da Região.

O CDS considera que a moção do Chega é um exercício perigoso de julgar, no Parlamento, aquilo que é da competência da Justiça. O Chega teve outros momentos e outras razões para censurar este Governo Regional, mas escolhe o tempo e o modo errado de fazê-lo, já que corremos o risco de a Madeira ficar sem Governo e sem Orçamento e Plano de Investimentos para o próximo ano. CDS-PP

Todavia, um dos pontos mais críticos do comunicado do CDS é a aliança entre o PS, JPP e o Chega nesta moção, considerada pelo partido como uma "coligação negativa" liderada pela extrema-direita. 

Estes partidos ultrapassaram todas as linhas vermelhas que tinham definido em relação ao Chega. O PS está mesmo disposto a votar uma moção onde é duramente criticado e acusado de cúmplice do PSD.  Um absurdo na história de um partido fundador da Democracia e da Autonomia (...) Estão a brincar com o povo madeirense, e isso é, para o CDS, inaceitável e inadmissível. Andam a brincar aos partidos e às eleições, esquecendo os reais problemas dos cidadãos, das famílias e das empresas CDS-PP

Nesse sentido, reiterando que a Madeira não deu maioria absoluta a nenhum partido nas últimas eleições para incentivar o diálogo e a construção de consensos, o CDS lamentou a falta de bom senso entre os partidos da oposição. "O que vemos é o contrário: disputas violentas e ausência de sentido do interesse regional", afirmou o partido.

Com o Orçamento em discussão na próxima semana, o CDS reafirmou o seu compromisso com a estabilidade, prometendo o voto favorável a um documento que reflecte, em parte, a sua visão para a Região. Para o partido, os interesses da Madeira devem estar acima de "qualquer interesse partidário".

Por isso, contrapondo a instabilidade gerada pela moção, o CDS destacou o seu papel responsável na negociação do Orçamento Regional para 2025, afirmando que conseguiu incluir medidas significativas, tais como: "a redução de 30 por cento no sexto escalão do IRS e de 15 por cento no sétimo escalão; o aumento de 65 euros no salário mínimo; negociação dos salários médios, com subidas superiores à inflação; salário de referência para quando os jovens licenciados entram no mercado de trabalho; o aumento do Complemento Regional dos Idosos; revisão dos Estatutos do Cuidador Informal e do Combatente, introduzindo novos benefícios financeiros e fiscais;descida das mensalidades no ensino pré-escolar; e reforço da verba do orçamento para a construção de habitação".