"Albuquerque tem medo de enfrentar o JPP olhos nos olhos"
O vice-presidente da bancada parlamentar do Juntos Pelo Povo (JPP) alertou, esta quinta-feira, a opinião pública para "as mentiras propaladas diariamente" por Miguel Albuquerque acerca das reuniões do Governo com os partidos da oposição sobre a proposta de Orçamento para 2025.
Num encontro com a comunicação social, Rafael Nunes diz ser "falso" que o JPP tenha recusado sentar-se à mesa com o executivo.
Quem não está disponível para o fazer é Miguel Albuquerque. No dia em que foi feita essa proposta, o JPP respondeu afirmativamente, mas como em toda e qualquer reunião, as partes têm o direito a colocar condições, e o que nós dissemos foi: sim, participamos, olhos nos olhos, na presença de Miguel Albuquerque, da Comissão Política e do Grupo Parlamentar do JPP, quem recusou essas condições foi Albuquerque, e sobre isso não restam dúvidas. Rafael Nunes, vice-presidente da bancada parlamentar do JPP
O dirigente diz que Albuquerque e o PSD já devia saber que "o JPP não participa em reuniões secretas, à porta fechada".
"É uma questão de transparência, é a nossa forma de trabalhar, o que deve ser perguntado é quantas vezes Miguel Albuquerque sentou-se frente-a-frente com os partidos da Oposição, ao contrário do que fizeram e fazem na República os primeiros-ministros, como António Costa e Luís Montenegro", realça.
De acordo com Rafael Nunes, o JPP tem razões para não confiar em Miguel Albuquerque, dando como exemplo as três propostas do partido que foram negociadas com o PSD e inscritas no Orçamento de 2021, uma relacionada com um projecto cultural, de âmbito regional, e outras duas visando o reforço de funcionários para a Segurança Social e as escolas.
“Nenhuma dessas propostas foi concretizada, Albuquerque não tem palavra, e sem palavra não há confiança", sublinha o vice-presidente, que considera ainda que é "inadmissível" a campanha diária de Miguel Albuquerque e dos Secretários Regionais para "tentarem incendiar a opinião pública contra o JPP".
Mais uma vez ficou bem patente a cobardia política, o medo e a falta de liderança de Miguel Albuquerque em matéria governativa. Já o havia demonstrado, em Junho deste ano, quando recusou dar a cara numa reunião para o Orçamento de 2024. Mais recentemente, recusou ir ao Parlamento justificar as opções políticas desastrosas durante os incêndios de Agosto. E volta agora a não estar presente para conversar com as forças políticas no Parlamento sobre o Orçamento Rafael Nunes, vice-presidente da bancada parlamentar do JPP
O deputado faz uma leitura política do comportamento do presidente do Governo. "Com estas posições, Miguel Albuquerque volta a mostrar a sua verdadeira natureza", frisa. "Não demonstra qualquer sentido institucional para quem ocupa um cargo de governação; não revela qualquer sentido de Estado, responsabilidade ou compromisso; não esboça qualquer senso diplomático nem abertura para o diálogo com as forças partidárias da oposição", reforça.
Rafael Nunes criticou ainda a "insolente campanha diária de Albuquerque" e dos "seus prosélitos" a espalhar o "medo, ameaças e terror" para "coagir" o eleitorado madeirense, as famílias, as empresas, as instituições sobre a eventual não aprovação do Orçamento.
O dirigente do JPP considera "inaceitável" que Miguel Albuquerque tenha ido esta quinta-feira a uma cerimónia pública sobre o Dia Internacional do Voluntariado e perante as dezenas de instituições, dirigentes, técnicos e idosos tenha "lançado o pânico com mentiras premeditadas", dando a entender que poderia faltar dinheiro para as instituições se não houver orçamento.
Albuquerque é um líder fraco e desnorteado. Rafael Nunes, vice-presidente da bancada parlamentar do JPP
"Os madeirenses viveram este ano sete meses sem orçamento e toda a gente percebeu que ele passou o tempo com a mesma lengalenga, as mesmas mentiras e nada do que disse aconteceu, aliás, a situação de instabilidade na Madeira é única e exclusivamente por culpa dele e do PSD, é ele e mais quatro secretários regionais que estão indiciados da prática de crimes graves, e por isso têm medo de perder o poder", finaliza.