O impasse

Por definição topográfica, um impasse é um arruamento por onde se alcança algumas casas ou terrenos, mas que não tem continuidade; não leva a outro lado; termina ali! Politicamente, a Madeira vive num impasse! Ninguém sabe para onde vai, nem o que segue, mas todos estamos certos de que não podemos continuar neste beco!

Já declarei publicamente que Miguel Albuquerque estava politicamente morto! Dirão que continua, por aí, a dizer tudo o que lhe apetece e, até, a fazer ressuscitar velhos espantalhos como o Joe Berardo, de quem nem o Diabo se lembrava. Direi, apenas, que isso é sinal de agonia lenta, própria de quem não sabe quando largar a cadeira e, pura e simplesmente, sair. É, afinal, uma agonia prolongada.

Nalgumas regiões do interior, afastadas de cuidados médicos ou outros, deambulava uma figura sinistra a quem as famílias desesperadas, defrontadas com a agonia evidente de um familiar que, embora agonizante ao ponto de não dar outro sinal de vida que não fosse o respirar, tardava em morrer. Chamava-se, então, o “encomendador” ( a designação pode variar, entre regiões) que, chegado à casa do moribundo se recolhia, a sós, com o mesmo. Após alguns minutos, a resposta era invariavelmente a mesma: “foi-se, serenamente, com a Graça do Senhor”. Ninguém olhava para as almofadas remexidas junto da cabeça do defunto e todos iam tratar das exéquias.

Neste momento (em sentido, obviamente, figurado), haja um “encomendador”!...

João Cristiano Loja