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Montenegro diz que Governo não vai decidir na base de coacção

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HUGO DELGADO/LUSA

O primeiro-ministro defendeu hoje a propósito da manifestação não autorizada dos bombeiros profissionais na terça-feira, que "o Governo não vai decidir na base de coação".

"É preciso que todos tenham noção de que o Governo não vai decidir nunca na base de coação, nem vai decidir nunca na base daqueles que pretendem ir muito além das nossas possibilidades e daquilo que nós estamos a oferecer a outras carreiras similares da administração pública", afirmou Luís Montenegro.

Falando em Celorico de Basto, no distrito de Braga, onde hoje inaugurou um equipamento de saúde, o chefe do executivo acentuou que o Governo não será complacente "com violações das regras do Estado de direito", nem com a "reivindicação desmedida de situações de injustiça relativa ou de desequilíbrio".

Montenegro avançou aos jornalistas que jamais ultrapassará os limites daquilo que é aceitável nos valores de justiça relativa dentro da administração pública.

"Não há ninguém que me vá demover disto, faça o que fizer na rua, disso podem ter a certeza absoluta", acrescentou, anotando que o Governo está a "olhar para todos os portugueses, não está a olhar para nenhuma franja em particular".

O Governo decretou na terça-feira a suspensão das negociações com os bombeiros, depois de uma manifestação não autorizada de bombeiros sapadores ter utilizado petardos numa ação de protesto junto ao edifício-sede do executivo.

O primeiro-ministro apelou hoje à responsabilidade de todos que se querem manifestar, para que o façam dentro dos limites da lei e dos limites do que é socialmente aceitável.

"Creio que a própria imagem dos bombeiros sai penalizada com os excessos que foram cometidos, afirmou.

Luís Montenegro referiu que as negociações com os bombeiros profissionais "estão já numa fase adiantada", chamando à atenção para "o esforço do Governo para ir não só ao encontro da valorização da carreira, como também ao sentido de igualdade e equidade em toda a administração pública".

"É preciso que todas as carreiras que nós temos vindo a valorizar se possam consciencializar de que nós não temos recursos ilimitados, nós não podemos andar permanentemente a negociar e, sobretudo, a criar a expectativa de oferecer aquilo que não temos para dar", acrescentou.

Para o chefe do executivo, aquilo que se está a fazer de forma especial para os bombeiros é um esforço que, do ponto de vista da equidade, está em linha com o que se fez com as forças de segurança e com as forças armadas.