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Putin diz a Erdogan que quer fim "rápido" de ofensiva rebelde no país

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O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou ontem, numa conversa telefónica com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, desejar um fim "rápido" da ofensiva lançada na Síria por uma coligação rebelde liderada por islamitas radicais.

"Vladimir Putin sublinhou a necessidade de pôr rapidamente fim à agressão terrorista dos grupos radicais contra o Estado sírio e de apoiar plenamente os esforços das autoridades legítimas para restaurar a estabilidade e a ordem constitucional", declarou o Kremlin num comunicado.

"Em particular, com a utilização das possibilidades de que Ancara dispõe na região", acrescentou.

Os dois dirigentes comprometeram-se a manter-se em contacto para "procurar medidas para desanuviar a crise", acrescentou a Presidência russa, acrescentando que Putin e Erdogan "sublinharam a importância fundamental de uma coordenação estreita entre a Rússia, a Turquia e o Irão para normalizar a situação na Síria".

A Rússia, que intervém militarmente na Síria desde 2015, e o Irão são os principais aliados do Presidente sírio, Bashar al-Assad, ao passo que a Turquia é um dos principais apoiantes dos rebeldes.

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou hoje a realização de exercícios navais em grande escala no Mediterrâneo Oriental, perto da costa síria, utilizando armamento hipersónico de nova geração.

Por esta razão, a Marinha russa aumentou a sua presença no Mediterrâneo Oriental, onde cerca de mil militares e uma dúzia de navios de guerra equipados com mísseis 'Tsirkon', que têm um alcance de 1000 quilómetros, estão a participar nas manobras.

A elas se juntaram igualmente 24 aviões -- entre os quais caças MiG-31 - que transportam mísseis 'Kinzhal', bem como sistemas de mísseis costeiros 'Bastion'.

Grupos rebeldes liderados pelos islamitas radicais do Hayat Tahrir al-Sham, dominados pelo antigo ramo sírio da Al-Qaida, lançaram na semana passada uma ofensiva contra o Exército sírio, apoderando-se rapidamente de dezenas de localidades, bem como de uma grande parte da segunda maior cidade do país, Alepo.

Estes confrontos são os primeiros desta envergadura desde há vários anos na Síria, onde as hostilidades tinham globalmente cessado entre os beligerantes apoiados por várias potências regionais e internacionais com interesses divergentes na guerra civil que começou em 2011.