Mudar é possível
Podem dizer que este é o título de um artigo ilusionista, tendo em conta os problemas que transitam do ano velho. Mas se quisermos fazer melhor, para que este ano seja de mudanças para melhor, temos que começar, logo no início, a fazer diferente.
Em primeiro lugar, “a mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Isso é o que todos os titulares de cargos políticos têm que fazer. Enquanto penderem sobre si processos, os visados não devem candidatar-se a mais cargos até que os mesmos sejam resolvidos ou esclarecidos. Que avancem pessoas novas sem “rabos de palha”, para que reponham a dignidade das Instituições.
Em segundo lugar, com eleições antecipadas a mobilização dos eleitores tem que ser feita, pensando no que os preocupa. Apenas devem prometer o que é para ser feito, porque as pessoas já estão fartas de ouvir as mesmas coisas, que muitas vezes são repetidas pelos partidos do poder para ficarem bem na fotografia eleitoral, porque depois trancam as promessas nas gavetas, como têm feito com as tarifas aéreas e com o barco, assim como com a revisão da lei das finanças regionais, para que se acabe com o “jogo do empurra” para o continente do que a Madeira tem poderes para resolver, e vice-versa. Haja vergonha e decência porque os e as madeirenses precisam de mais respeito.
Em terceiro lugar, que os partidos da oposição à esquerda sejam claros na apresentação dos seus programas eleitorais, para que possam gerar ondas de apoio por parte do eleitorado, criando dinâmicas ganhadoras na área do poder. Já sabemos que nesta terra tudo é difícil, mas não tentar é não querer mudar nada porque a vida tem provado tantas vezes que sozinhos não somos nada e juntos temos o mundo nas mãos.
Em quarto lugar, e independentemente de quais sejam os resultados eleitorais, tem que ser feito um pacto sobre a resolução do problema da habitação. É urgente dar respostas aos milhares de casos que continuam sem resposta gerando problemas sociais muito complicados. Nesta questão têm que ser envolvidas todas as Instituições desde as Regionais, Nacionais, e até Europeias. As famílias precisam de paz nas suas vidas para criarem os seus filhos com a dignidade que todo o ser humano merece.
Em quinto lugar, e de uma vez por todas, a Região, através de todos os seus meios, deve encarar o problema da violência doméstica de forma mais aprofundada, começando no reforço do trabalho de prevenção nas crianças e nas suas famílias. O sistema de educação não pode ficar a ver a banda passar, como se não fosse nada com eles. É muito importante o apoio às vítimas financiado pela Segurança Social e afastar quem agride de casa, clarificando cada vez mais a lei e o código Civil, mas é fundamental ajudar no encaminhamento de quem precisa de ajuda e levar o debate dos direitos humanos a todos os graus de ensino, para que mentalidades comecem a mudar e a ter efeitos positivos nas novas gerações.
Por fim, quem me acusa de só contestar e não apresentar alternativas, começo o ano a provar exatamente o contrário. Estou sempre atenta ao que me rodeia; basta andar um pouco na rua e escutar o que me dizem todos os dias. Outros tapam os ouvidos e preferem gerar crises políticas, acusando os outros daquilo que são os únicos responsáveis.
FELIZ ANO 2025!
P.S. – É preciso esclarecer que é mentira o que Dr. Miguel Albuquerque e o PSD andam a dizer sobre o orçamento regional. A Madeira não vai parar. Há orçamento igual ao ano anterior para tudo o que está a ser feito.