Make Madeira Great
A RENOVAÇÃO era e é slogan oportuno para novo horizonte político que os predadores internos no PSD não deixaram bem suceder
Estive nos Estados Unidos da América na época pré-natalícia, pós-Biden e pré-Trump. Mais concretamente na Flórida, habitat do clã, agora, novamente presidencial.
Não posso voltar mais maravilhado com esta nova onda de energia que agora se reinicia com o novo presidente. É como se tivesse ficado para trás a decadência e marasmo do “deixa-andar” para se renovar o “american dream” com uma época de ambição em que se acredita ninguém ficar para trás.
Disse-me uma empregada de restaurante, nascida no Brasil mas já norte-americana: aqui quem trabalha tem dinheiro suficiente, mas quem não trabalha não tem.
Ela foi no verão - época baixa na Flórida - um mês para a Europa.
Em Portugal não é assim. Todos recebem, trabalhando ou não. Ou salário do patrão ou subsídio do governo. No entanto, nenhum vai uma semana aos Estados Unidos.
A diferença é um país rico e outro pobre, o que resulta num povo abastado e noutro carente, no nosso caso, sem condições sociais básicas.
Na América ninguém precisa do governo para viver. É do seu trabalho, do seu mérito, do seu entusiasmo profissional, da sua ambição, em ter o que precisa, e da sua qualidade como pessoa, que depende o sucesso da sua carreira e da sua vida.
Do governo, que sabe ser ele a pagar, quer o mínimo custo, se possível zero. Percebe que o país precisa de liderança mas não aceita a contaminação da despesa. O dinheiro é seu.
Por isso a concordância generalizada com Elon Musk na tarefa de dar eficiência aos serviços públicos com baixo custo.
Nos Estados Unidos ganham-se eleições prometendo poupanças financeiras enquanto, entre nós, juramos a impossível banha-da-cobra: mais despesas com menos impostos.
E o pior é haver quem acredite.
Numa semana não ouvi uma única vez falar-se em Kamala. Desapareceu sem rasto. Ninguém quer ouvir falar dela. De Biden só o perdão à prisão do filho, mancha pessoal no seu percurso político. Pai é pai ! Na América, na Nigéria ou no Reino Unido. Marcelo Rebelo de Sousa que o diga.
Devia ser obrigatório no início de carreira política fazer “recruta” nos Estados Unidos. Eu fiz. Na década de oitenta, fui convidado pelo governo norte-americano a fazer uma semana no Congresso em Washington e três semanas no Havaí, Porto Rico, San Diego e Los Angeles. Recordo os almoços no Congresso, com Representantes e Senadores, altos funcionários estaduais e autoridades porto-riquenhas, quem sabe se, estes últimos, não serão proximamente o 51° estado norte-americano.
Em Portugal, nessa época, a prioridade para quem se iniciava na política era estagiar na Rússia ou noutros países comunistas da cortina-de-ferro. Um tempo perdido entre a frustração do que era o verdadeiro comunismo e a humilhação de viver contando mentiras de um pesadelo com final trágico anunciado.
Como para a Rússia já ninguém quer ir, aconselho os nossos candidatos à vida pública a irem ver e sentir como se constrói o sucesso e a riqueza colectiva.
Não é na nossa Assembleia, naquela balbúrdia inconsequente e imperceptível, sem rumo nem padrão político, entre incoerências e jogatanas de baixa nível, que se vai determinar o caminho para uma reviravolta orientadora de um futuro com felicidade.
A RENOVAÇÃO era, e é, slogan oportuno para um novo horizonte de política e vida colectiva, que os predadores internos do PSD não deixaram bem suceder. A renovação do anterior regime, liderado pelo PSD, era a grande oportunidade, entretanto amordaçada pelo grande-chefe da ditadura e dois ou três donos-disto-tudo.
A primeira grande diferença, salvaguardadas as devidas proporções, é que na América há grupos empresariais gigantescos e cidadãos muito ricos mas há uma classe influente nos sindicatos, nas escolas e universidades, no meio artístico e na sociedade em geral, que não deixam uns quaisquer poderosos mandarem nisto tudo. Cada um manda o que pode e já não é mau.
Bastou ver, nestas eleições, aqueles que se acham os mais influentes, apoiarem cada um o seu candidato, para percebermos que influenciam zero.
A América não é como nós a queremos. É como os norte-americanos a querem.
Uma coisa é certa: a primeira prioridade é a economia, o seu crescimento obrigatório, como forma de proporcionar bem-estar colectivo. Do governo não esperam nada para além de justiça e segurança. Das empresas e dos seus lucros vem tudo o que é preciso para melhorar a qualidade de vida individual e familiar. Para isso é preciso muitas empresas, quanto maiores melhor, que ofereçam emprego estável, qualificado e bem pago que garantam a felicidade da sociedade e dos cidadãos.
Estive no Sul dos Estados Unidos. É ridículo perceber o que é aceite em nome de mais economia, mais negócio, e o que se obstaculiza, na Madeira, em nome de um bem-estar falso pois, a verdadeira satisfação, precisa salário elevado que pague o conforto que cada um exige para si e para a sua família.
Chegámos ao cúmulo de justificar o ruído noturno para com alojamentos locais, para reduzir horas de negócio e de trabalho, do mais bem pago no Funchal. Querer substituir salários de quem trabalha em turnos da noite por horários diurnos não é possível. E onde estão os sindicatos fantoche ?
A nossa ilusão é ridícula: os nossos políticos cobram-nos impostos para gastar connosco o dinheiro de nós cobrado. Afinal, não temos o que produzimos mas sim o que recebemos de volta do que nos tiram. E têm a lata de nos dizerem que devolvem o que nem nos tiraram.
Realmente, Miguel Albuquerque, tem de liderar uma Autonomia com Renovação. Quem persistir nesta miserável e endividada realidade reduz as perspectivas futuras a muito pouco. Só ambição saudável por uma nova economia, das empresas com lucros, que não precisam do governo e dão bons empregos, pode surtir efeito por uma RENOVAÇÃO que, se não acontecer, nada do esforço popular terá valido a pena.
É ridículo ler e ouvir falar nos “meus” governos de há quarenta anos. Quem quer voltar atrás ?
MAKE MADEIRA GREAT é o único objectivo. Como nunca fomos grandes no passado deixamos o “again” de fora. E se nunca o fomos devemos acusar os que estiveram antes. Com especiais responsabilidades para os que nos endividaram, jurando que tudo gastavam em nome do futuro.
Não cobrem o nosso dinheiro com impostos para desterrarem a seu belo prazer, em nome de programas políticos que apenas sustentam clientelas partidárias absurdas.
Deixem-nos ser donos do que realizamos, do que produzimos, do que é nosso e teremos muito mais gente com vontade e energia para trabalhar, para ter de seu e gastá-lo na medida da sua vontade e necessidade.
Com mangas de alpaca provincianos não saberemos definir uma estratégia e realizá-la.
FELIZ 2025 !