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Alemanha, França e Reino Unido e até a China lamentam morte de Carter

Foto EPA/BRANDEN CAMP
Foto EPA/BRANDEN CAMP

Autoridades da Alemanha, França e Reino Unidos lamentaram hoje a morte, no domingo, do antigo Presidente dos Estados Unidos e Nobel da Paz Jimmy Carter, aos 100 anos.

"Os Estados Unidos perderam um combatente empenhado pela democracia. O mundo perdeu um grande mediador para a paz no Médio Oriente e para os direitos humanos", afirmou o líder alemão, Olaf Scholz, na rede social X.

O rei Carlos III do Reino Unido elogiou a "dedicação e humildade" do antigo Presidente dos Estados Unidos. Numa mensagem enviada ao Presidente norte-americano, Joe Biden, e ao povo norte-americano, o chefe de Estado britânico disse que recebeu "com grande tristeza" a notícia da morte de Carter.

"Era um servidor público empenhado e dedicou a sua vida à promoção da paz e dos direitos humanos", referiu a nota do rei divulgada hoje nos meios de comunicação social.

"Os meus pensamentos e orações estão com a família do Presidente Carter e com o povo norte-americano neste momento", acrescentou Carlos III.

Numa mensagem na rede social X, o Presidente francês, Emmanuel Macron, enviou as suas condolências à família de Carter - que esteve na Presidência dos EUA entre 1977 e 1981 - e "ao povo norte-americano".

"Durante toda a sua vida, Jimmy Carter defendeu os direitos das pessoas mais vulneráveis e lutou incansavelmente pela paz", disse Macron.

Arquitecto das relações diplomáticas

A China expressou hoje as suas "profundas condolências" na sequência da morte, no domingo, do antigo Presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, cujo mandato ficou marcado pelo reconhecimento diplomático da República Popular da China por parte de Washington.

"Jimmy Carter deu uma contribuição significativa para o desenvolvimento das relações sino -- norte - americanas e para a promoção de intercâmbios amigáveis e da cooperação entre as duas nações, que muito apreciamos", recordou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa.

"Ele foi um dos principais arquitetos e decisores do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos", apontou.

Em janeiro de 1979, durante o curto mandato de Carter, os Estados Unidos reconheceram diplomaticamente a República Popular da China, cortando assim as suas relações oficiais com o regime de Chiang Kai-shek, derrotado pelo exército comunista e exilado em Taiwan desde 1949.

Os Estados Unidos comprometeram-se a manter relações não oficiais e a fornecer armas a Taiwan, a fim de evitar qualquer resolução militar do conflito.

Nesse mesmo ano, o líder chinês Deng Xiaoping, arquiteto das grandes reformas económicas do país, encontrou-se com Jimmy Carter durante uma visita histórica aos Estados Unidos.

O 39.º Presidente norte-americano incentivou posteriormente o intercâmbio comercial e académico entre as duas potências, reforçando a abertura progressiva da China.

Carter não visitou a China durante a sua presidência, mas visitou-a antes e depois do seu mandato.

O antigo líder visitou a China pela primeira vez em 1949, quando era um jovem oficial da marinha. Depois, visitou o país em 1981, pouco depois de deixar o cargo, e novamente em 1991.

Também visitou a China em julho de 1997, tendo passado vários dias numa pequena aldeia da província oriental de Shandong.

Carter, antigo Presidente dos Estados Unidos, reconhecido com o prémio Nobel da Paz em 2002, morreu no domingo na sua casa em Plains, no estado norte-americano da Geórgia, aos 100 anos.

A sua morte foi confirmada pela família aos meios de comunicação norte-americanos e também pela organização Carter Center.