Vem aí o Natal
A entrada de dezembro parece ter o condão de adicionar um qualquer instrumento invisível que faz movimentar a sociedade.
Sobe o ritmo de andamento das pessoas, as conversas são muitas, os afazeres também e as compras para um Natal que se aproxima já fazem parte do quotidiano dos madeirenses.
O acender das luzes natalícias, não só iluminam as principais artérias do Funchal e de todas as cidades e vilas da Madeira, como parece dar uma outra vida, uma outra disposição, um outro fulgor à maioria do povo madeirense.
Evidentemente que, em todo o mundo cristão se comemora com muito entusiasmo e alegria esta quadra festiva, mas na Madeira, apesar da sua pequenina extensão -face às grandes metrópoles, aos enormes países existentes – deve ser dos lugares no mundo onde se vive o Natal com maior empenho, com mais brilhantismo e até com mais tempo de comemoração.
Inicia-se – a sério - com as tradicionais e muito concorridas “missas do parto” a meados de dezembro, terminando já no final do mês de janeiro.
Embora, oficialmente, digamos, a época natalícia encerre no Dia de Reis, nos lares madeirenses prolonga-se pelo Santo Amaro e nas famílias mais numerosas os tradicionais convívios de Natal vão quase até final do primeiro mês do Ano Novo.
É uma época festivamente comemorada, se bem que, tenha também os seus momentos de profunda sensibilidade e sentimentalismo, quando é recordada com saudade dos parentes e amigos mais próximos que partiram deste mundo e que durante anos partilharam aquelas celebrações.
É uma quadra que merece ser respeitada por todo o simbolismo que representa, quer do ponto de vista da alegria, da confraternização, da aproximação das famílias e dos amigos mais íntimos, como dos momentos mais sensíveis como anteriormente referimos.
E isto vem a propósito pelo facto de para este mês estarem previstos “duelos” políticos na Assembleia Regional, onde os senhores que lá estão acharam por bem marcarem a discussão do Orçamento Regional para 2025 e depois uma absurda moção de censura ao governo, que poderá levar à sua queda, o que, por si só, não traria mal nenhum ao mundo (Região) caso se vislumbrássemos - assim à vista desarmada – quem faça a diferença para o substituir, como aliás, se tem visto ao longo dos anos.
Os motivos da moção de censura são sobejamente conhecidos, já os eram (supostamente na parte mais grave) nas últimas eleições e o eleitorado não alterou o voto, entendendo –e muito bem – que cabe à justiça julgar e não aos políticos de qualquer que seja o quadrante.
Porém, isto são contas de outro rosário, neste momento o que apelamos é que não estraguem a quadra natalícia que, praticamente, já se iniciou e deixem os madeirenses desfrutarem dela como desejam, em paz, em harmonia, com amor e fraternidade.
Livrem-nos, pelo amor de Deus, daquelas discussões estéreis, daqueles episódios diários de mal disfarçadas lutas pelo Poder, onde a insensatez, o desplante, a baixa compostura, desempenharam os papeis centrais da triste e ridícula “novela” que a Assembleia da República levou à casa de todos nós, através da Comunicação Social, durante semanas a fio, com uma final tão degradante que não encontramos um termo exato para classificar tamanha mediocridade.
Que Deus deite a mão a este País e dê ao seu povo – como consolação - um Natal Feliz.
Juvenal Pereira