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Explicador Madeira

O golpe está a um telefone de distância

PSP revela e alerta para as 9 burlas mais usadas por meio telefónico

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A Polícia de Segurança Pública (PSP), através das suas redes sociais, lançou um alerta importante sobre os perigos das burlas telefónicas. A força policial identificou e detalhou nove tipos de esquemas fraudulentos que têm sido utilizados com muita frequência para enganar vítimas, desde falsas ofertas de serviços até pedidos de ajuda em nome de familiares. O objectivo da iniciativa é consciencializar a população sobre essas práticas, incentivando à prevenção e à denúncia de casos suspeitos.

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O crime de burla é um ilícito criminal com cada vez mais expressão, o que se tem vindo a comprovar frequentemente pela elevada quantidade diária de ocorrências participadas. Por consequência da evolução digital, os métodos utilizados não são facilmente detectáveis e caracterizam-se por uma crescente sofisticação e perigosidade, com intenção de obter enriquecimento ilegítimo para quem os pratica ou para terceiros, gerando prejuízos financeiros significativos. Polícia de Segurança Pública
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1. Burla 'Olá pai / Olá mãe'  

Este tipo burla consiste no recebimento de uma mensagem escrita, através da aplicação WhatsApp (onde pode surgir a fotografia da pessoa pela qual se fazem passar, normalmente a utilizada na rede social Facebook) na qual astuciosamente o diálogo é iniciado por “Olá mãe” ou “Olá pai” (sendo que actualmente já surgem burlas que assumem outros laços - irmãos, padrinhos, sogros, sobrinhos ou mesmo de amigos).

De acordo com a autoridade, podem seguir duas variantes: Refere que o seu telemóvel se avariou ou se extraviou e que o contacto telefónico agora utilizado será o seu único contacto até arranjo ou aquisição de novo equipamento; ou refere que alterou o seu contacto telefónico e que o número agora utilizado passará a ser o seu habitual e único número;

No passo seguinte, os burlões pedem elevada quantia monetária para pagamento do arranjo ou nova aquisição de telemóvel ou pedido de “empréstimo” para pagamento de uma despesa urgente, que pode ser através de transferência bancária com envio de IBAN/NIB/titular da conta, através de MBWay ou através do envio de códigos de entidade e referência (pagamento de serviços).

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2. Burla 'Falso arrendamento'

Nesta burla, a PSP explica que "a vítima responde a um anúncio estrategicamente colocado pelo burlão em plataformas online de arrendamento, a um preço bastante mais atractivo que o habitual no mercado.

Acertados os pormenores é solicitado à vítima que seja efectuado um depósito de sinal para uma conta bancária, em nome do suspeito ou de familiar/amigos, sendo fornecido para o efeito um NIB/IBAN ou referência multibanco".

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3. Burla 'Pagamento por MB Way'

Sobre esta burla, a autoridade informa que se trata de um esquema "onde a vítima tem um artigo à venda em plataformas de compra e venda de artigos e recebe um contacto telefónico desconhecido para negociar o artigo/serviço que colocou para venda. O interessado por norma não faz contra proposta, vezes há em que arredonda para cima o valor, não colocando questões acerca do estado ou funcionamento do artigo ou serviço que está em causa. Na altura do pagamento solicita que este seja efectuado por MBWay, dando ele próprio as instruções ao procedimento de pagamento, levando a que a potencial vítima lhe ceda os códigos de acesso ao levantamento num ATM da quantia em questão".

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4. Burla 'Oferta de Emprego/Trabalho'

Trata-se de um tipo de burla onde é oferecido um emprego com ordenado atraente ou em empresa conceituada. Segundo a PSP, pode ser apresentada de diversos modos:

- Oferta de emprego - A vítima responde com interesse a um anúncio, sendo-lhe solicitado o pagamento de um valor referente a despesas, nomeadamente emissão de visto de entrada no país estrangeiro ou da documentação pessoal (no caso de emprego no estrangeiro), para despesas processuais ou mesmo para facilitar a entrada numa determinada empresa.

- Anúncio da vítima a oferecer a prestação de serviços - A vítima anuncia oferta dos seus serviços, quando contactada pelo burlão este oferece emprego e um bom ordenado, mas longe do local de habitação da vítima. Face á necessidade aceita a proposta, apesar da obrigatoriedade de ter de mudar de residência. Perante esta fragilidade, o burlão prontifica-se a arranjar-lhe um alojamento, pedindo-lhe um valor de “sinal”.

- Oferta de emprego Online (Pig Butchering) - o burlão entra em contacto com a potencial vítima através de mensagem escrita ou pela aplicação WhatsApp oferecendo um emprego em que apenas necessita de gostar de vídeos na aplicação YouTube, sem limite de tempo e a trabalhar a partir de casa, com uma remuneração diária que varia entre os 5 e 200 euros pagos no próprio dia. Aceite o trabalho será adicionado a um grupo numa plataforma (Telegram ou WhatsApp) e aí serão transmitidas as tarefas a efectuar. Inicialmente esses gostos são pagos conforme prometido, posteriormente, começa a ser solicitado ao empregado que pague um valor pela tarefa que lhe irá ser conferida, com a promessa de que o valor que lhe será retribuído será muito superior, ocupando ainda o lugar de funcionário integral na empresa. Os primeiros pagamentos são realmente pagos para gerar confiança na empresa, os restantes pagamentos, após os investimentos da vítima já serão pagos em criptomoeda, que nunca serão disponibilizados para usufruto da vítima.

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5. Burla 'Falso empréstimo'

Neste ilícito o burlão "anuncia uma empresa de crédito onde é indicado um contacto de telemóvel ou endereço electrónico. No primeiro contacto começa por solicitar a documentação do requerente (vítima). Em seguida, alega que para concluir o processo o requerente terá de pagar algumas "taxas", tais como, seguros, pagamentos de formulários, imposto de selo, etc., valor que alega ser imprescindível para a finalização do processo e, consequentemente, para o desbloqueamento da verba, sendo disponibilizado um NIB de uma conta bancária. Após o pagamento destas "taxas" os burlões informam a vítima de que o depósito do valor do empréstimo demorará alguns dias a ficar disponível na sua conta".

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6. Burla 'Compra e venda de viaturas'

Nesta burla, a "vítima responde a um anúncio estrategicamente colocado pelo burlão em plataformas de compra e venda de viaturas, a um preço bastante mais atractivo que o habitual no mercado. De acordo com a autoridade, pode ser apresentada em dois tipos

- Falso Transportador - Estabelecido o contacto entre ambos, o burlão solicita um pagamento (normalmente por transferência bancária) para fazer face às despesas de transporte da viatura, ou resolução de problemas alfandegários, sendo o remanescente pago no acto da entrega. Esta empresa transportadora não existe, ou existindo a página online as mensagens são devidamente manipuladas de forma a fazer parte da trama, dando inclusive a possibilidade de introduzir um código de rastreio para saber em que ponto do transporte se encontra a viatura.

- Negócio através de Intermediário - O burlão cria várias contas nas diversas plataformas online de compra e venda de viaturas, colocando anúncios clonados de viaturas apelativas das quais não é proprietário, utilizando fotografias e descrições de viaturas existentes na internet, mas a um valor manifestamente inferior ao solicitado pelo legítimo proprietário. "O suspeito passa a receber os contactos dos pretendentes à compra da viatura em questão, entrando posteriormente em contacto com o verdadeiro proprietário do anúncio, preferencialmente através da plataforma WhatsApp, encenando uma história de cobertura, passando a ser o intermediário entre o interessado no falso anúncio e o legítimo anunciante, mantendo conversa com ambos até conseguir um encontro. Na história de cobertura o suspeito identifica-se a ambos os intervenientes como familiar ou sócio, a quem este tem uma dívida que será findada aquando do negócio de compra e venda do veículo".

Quando ambos os intervenientes se encontram para tratar dos ultimatos do negócio, entram em contacto com o suspeito, o novo comprador acerta com o mesmo o pagamento (efectuado a si), normalmente através de transferência bancária, e o real vendedor confirma a efectivação do negócio com o suspeito e o posterior envio do pagamento (através de falso comprovativo de transferência bancária).  

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7. Burla 'Falso funcionário'

Nesta burla o autor se apresenta como funcionário de uma instituição credenciada, fazendo-o através de um contacto telefónico, um site falso, um e-mail, uma mensagem escrita, cujo prepósito é solicitar um ou mais pagamentos de quantia monetária. São conhecidas algumas formas que se descrevem: falso inspector/serviço municipal; falso polícia; falso veterinário; falso inspector da ARAE/ASAE; falso bancário; falso funcionário da Microsoft; e falso funcionário de operadora telefónica;

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8. Burla 'Falso SMS Dívida (Smishing)'

Trata-se de um tipo de burla onde é enviado um SMS para a vítima alegando que a mesma tem uma dívida ativa de um qualquer serviço, devendo efetuar o pagamento sob pena do serviço ser cortado, fornecendo na própria mensagem os dados de pagamento (entidade e referência).

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9. Burla 'Falso CEO'

O burlão faz-se passar por director da empresa, por fornecedor da empresa alvo, ou funcionário, essencialmente através de mensagens de texto ou envio de email, contacta com os funcionários dessa mesma empresa solicitando pedidos de natureza financeira, orientando-os a realizar transferências bancárias para as contas associadas à burla. Em alguns casos, na qualidade de falso fornecedor solicita a alteração de dados bancários relacionados com pagamentos recentes, apresentando para credibilizar documentos ou comprovativos adulterados.  

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"O combate a estes fenómenos passa, sobretudo, pelo reforço das medidas de segurança a adotar pelas pessoas e pelas instituições, reduzindo desta forma o risco de serem alvo deste tipo de ataques".

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"Neste sentido, é extremamente importante que a população em geral esteja sensibilizada para os riscos associados a estas burlas", sublinha a PSP.