Subsídio de desemprego na Madeira atinge máximo histórico
Os mais recentes números do impacto do desemprego na Madeira foram divulgados pela Segurança Social, referentes a Novembro de 2024 e dão conta que os trabalhadores desempregados inscritos na Região Autónoma e com acesso ao subsídio, em média, nunca tiveram tanto dinheiro na carteira como nesse mês.
Um valor que, apesar de ser inferior ao salário mínimo regional (850 euros), é uma ajuda para quem enfrenta essa situação, sendo que até esse mês 38% dos desempregados na Região estavam sem trabalho há um ano ou mais. Mas, como sabemos, a maioria nem sequer recebe o apoio do Estado. Mas, vamos a contas.
Em Novembro, cada um dos 3.146 desempregados com subsídio de desemprego na Região recebeu, em média, 593,12 euros, tendo aumentado pouco mais de um euro em relação o mês anterior (592,07 euros). Já em relação ao mesmo mês de há um ano é de realçar um aumento de 45,34 euros, tendo em conta que em Novembro de 2023, em média, os 3.035 desempregados com apoio auferiam 547,78 euros, tendo por isso aumentado 8,3% nesse período.
Face às restantes regiões, a Madeira tem valores superiores apenas a 4 das outras 19, mais precisamente Bragança (592,47 euros), Portalegre (588,24 euros), Açores (584,27 euros) e Beja (562,90 euros), estando a Região entre as 16 que estão abaixo da média nacional (633,22 euros).
Apesar de ter um valor acima dos desempregados açorianos, é de realçar um dado que praticamente torna os desempregados no arquipélago vizinho quase todos com direito ao apoio. Em Novembro, havia 4.634 desempregados registados nos Açores, enquanto na Madeira eram 6.797, ou seja mais de dois mil. Mas em termos de desempregados com subsídio, enquanto os Açores tinha um total de 3.494, na Madeira, como referido eram 3.146. Ou seja, apesar de termos mais desempregados, temos menos apoiados.
Isto resulta numa percentagem - que tem sido sensivelmente assim ao longo dos anos - de 75,4% com apoio nos Açores, enquanto na Madeira de 46,3%. Apesar da melhoria significativa, em peso e valor, no nível de apoio dos desempregados na Madeira, que chegou a rondar os 30% (em Novembro do ano passado já era de 40,2%), denota-se uma discrepância, inclusive para a média nacional, onde 58% (186.841 de 322.548 desempregados) receberam apoio do Estado nessa condição em Novembro.
Uma vez que falamos do salário mínimo, que também tem subido consideravelmente nos últimos anos, é de notar que ambos os valores subiram 8,3% de um ano para o outro, com referência aos meses de Novembro de 2023 e 2024. Mas, enquanto o subsídio de desemprego subiu os tais 45,34 euros, a remuneração mínima garantida aos trabalhadores madeirenses passou de 785 para 850 euros, mais 65 euros.