Comunicação no Século XXI
O ser humano é um animal necessariamente comunicativo. O ser humano não é uma ilha, e precisa de viver em comunidade.
Aprendemos a melhorar a nossa comunicação ao longo de milhares de anos, a humanidade começou com grunhidos e hoje existe declamação de poesia e romances altamente complexos e profundos. Foi um longa jornada…
Nunca houve tanta informação como no quotidiano. Diariamente somos “bombardeados” com informação. A internet veio ampliar todo este manancial.
“O meio é a mensagem”, como dizia o comunicólogo McLuhan, a internet é mais uma prova disso. A tecnologia está a dominar o conteúdo. O estilo está a sobrepôr-se à ideia.
E, ainda virá experiências mais sensoriais no futuro. Já temos máscaras de realidade virtual, e conterá olfacto, tacto, manipulação do cérebro, o transumanismo, etc…
As “Fake news”! Sejamos claros, sempre houve “fake news”! O problema é que hoje existem em maior dimensão e de maior disseminação e audiência.Há meios de comunicação que fazem e bem já um “fact check”. É pertinente.
É claro que há mensageiros e mensageiros, e devemos sempre ter em conta que tipo de emissor transmite a mensagem. Há muito “lixo” na internet, mas também muita informação valiosa. Temos que aprender a filtrar.
Não creio em censuras na internet. Isso é para regimes atrasados e déspotas.
A informação deve ser livre, a economia regulada (mas isso é outra conversa).Pois advogo que quanto mais informação, podemos cruzar “verdades”. A máxima: “do debate nasce a luz”!Como exemplo: o enciclopedismo francês do Século XVIII permitiu às populações se cultivar, tal como hoje com a internet, se usada inteligentemente… Censuras na internet lembram a Igreja na Idade Mèdia, quando proibia certos livros à população e escondia-os do povo. A Igreja é que era dona e senhora da verdade…
O mundo felizmente libertou-se e democratizou-se. Há um perigo óbvio e interesseiro que reside nas grandes empresas das “big tech” que já usam os nossos dados para nos manipular, e a publicidade também aproveita-se disso.
Num debate, ao contrário das pessoas fecharem os olhos ao que não lhes agrada, devem exactamente fazer o contrário! Ler, ver e ouvir os argumentos opositores, para tentar compreendê-los e depois desmontá-los. E, por conseguinte, até baralhar as “big tech”...
O que se assiste é o acantonamento das pessoas nas suas tribos, motivando mais ódio e desdém pelo adversário. E, isto é válido tanto para a esquerda como para a direita.Uma análise deve ser fria, crítica e analítica para atingir a racionalidade.Alguém imagina um julgamento só com o advogado de acusação? Claro que não.
O mundo está hoje extremamente polarizado e rápido, já não há calma, sensatez e tempo para o meio termo e concórdia. A internet potenciou isso. Mas o ser humano tem de se adaptar, tal como se adaptou à imprensa, ao telégrafo, à rádio e à tv. Todos esses antigos meios também não se extinguiram , como alguns previam, mas adaptaram-se às épocas que atravessaram.
Os jornais adaptaram-se à internet para ter também o seu devido lugar na vanguarda.
E, o Estado deve e bem apoiar os meios de comunicação social.
A semiótica ensinou-nos que os signos têm um objecto, com várias representações e diferentes interpretadores…
O ser humano tem que começar a ter outra auto-exigência intelectual sobre toda esta profusão de dados. Destrinçar o útil do inútil.
A grande frase em que me revejo: “Eu discordo do que tu dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-lo.” Frase da escritora Evelyn Beatrice Hall, e não de Voltaire como muitos sites publicam.
É a prova que na internet encontramos várias versões. Temos que depurar a verdade por nós próprios…
Rodrigo Costa